NOVA FCSH presente na Noite europeia dos investigadores

Falcões e galinhas, primatas não-humanos ou a vida marinha são alguns dos temas que a NOVA FCSH vai levar até à Noite Europeia dos Investigadores, a decorrer no dia 29 de setembro em Lisboa, Braga, Coimbra e Évora. No caso da capital, o evento terá lugar nos Jardim Botânico e do Príncipe Real e Museu Nacional de História Natural, entre as 17h e as 24h. Mais de 500 investigadores dinamizam cerca de 100 atividades, num evento que pretende levar até ao público o que de melhor de faz na investigação em Portugal. O mote deste ano é “Ciência para Todos – Inclusão e a Sustentabilidade”.

A NOVA FCSH vai estar presente com atividades de três dos seus centros de investigação: Instituto de Estudos Medievais, Centro em Rede de Investigação em Antropologia e Centro de Humanidades.

 

Instituto de Estudos Medievais (IEM)

  • Título: “Falcões e galinhas, nobres e camponeses: inclusão e sustentabilidade na Idade Média”

Investigadores:  Afonso Sousa, Catarina Tente, Diana Martins, Fabián Cuesta-Gómez, Sara Prata e Tiago Viúla Faria

Descrição da atividade:  As pessoas na Idade Média viviam de forma sustentável? As comunidades medievais eram inclusivas? Para responder a estas e outras perguntas os investigadores do IEM prepararam um conjunto de atividades para todas as idades. Utilizando dados da História, da Arqueologia, da paleobotânica, arqueozoologia, análises espaciais, entre outros, a proposta é a de refletir sobre a gestão de recursos na Idade Média, os processos de formação da paisagem e as relações entre humanos e animais. Será também explorado o conceito e as práticas de inclusão nas sociedades medievais. As atividades enquadradas no âmbito do projeto FALCO incluem apresentações sobre a prática cultural da falcoaria na Idade Média e nos dias de hoje (conversa com especialistas, exibição de vídeo, material de divulgação) e uma atividade prática: Como fazer o “nó de falcoeiro”?

Sobre a vivência no espaço rural, os projetos de Arqueologia do IEM juntam-se para apresentar metodologias de investigação (em campo e laboratório) e promovem atividades práticas sobre “a vida no campo”, com jogos interativos. Estas atividades têm uma dupla vertente: por um lado, mostrar como se investiga em estudos medievais, e, por outro, comunicar alguns dos mais recentes resultados da investigação em curso. Os participantes irão ficar a saber ainda mais sobre este período histórico tão fascinante!

As atividades propostas propõem uma reflexão sobre os conceitos de sustentabilidade e inclusão nas sociedades medievais, e promovem pontes entre o passado e o presente.   

 

Centro em Rede de Investigação em Antropologia (CRIA)

  • Título: “Caminhando nas pegadas de um primatólogo”

Investigadores: Amélia Frazão Moreira, Chloë Chesnley, Darya Sevastópolska, Elena Bersacola, Filipa Borges, Isa Pais, Tânia Minhós

Descrição da atividade: pretende-se refletir sobre a importância de primatas não-humanos nos ecossistemas e a necessidade de aplicar a multidisciplinaridade para estudar um grupo de animais severamente ameaçado pelos impactos no seu habitat. Embora na sua maioria os impactos sejam provocados pelos humanos, não se pode deixar de considerar a importância que macacos e símios têm para as pessoas com quem partilham o espaço e recursos naturais. Nesta atividade pode aprender-se mais sobre os nossos parentes vivos mais próximos, como estudar primatas no campo e em laboratório, identificar primatas não-humanos através de imagens e vídeos, e ainda ter uma perspetiva do que as comunidades humanas locais pensam sobre estes animais e de que forma interagem com eles. As atividades consistem em:

“Quem é quem?” – comparar crânios de três tipos de primatas e identificar as espécies com a ajuda de informação filogenética e anatómica;

“Sê um primatólogo!” – aprender a colocar armadilhas fotográficas e a recolher amostras fecais de primatas na floresta (idealmente, esta atividade deveria ser desenvolvida no espaço exterior);

“O que pensam as pessoas?” – entender como os residentes numa área protegida vêem os outros primatas e como partilham o espaço e os recursos com estes animais selvagens;

 

  • Título: “A Antropologia vai à Escola. Qual o seu papel na Educação de hoje?”

Investigadores: Afonso Bento, Ana Rita Costa, Décio Telo, Filipe Reis, Lurdes Pequito

Descrição da atividade: no âmbito da NEI2023 – CIÊNCIA PARA TODOS – Inclusão e Sustentabilidade, foi lançado um episódio especial sobre a presença d@s antropólog@s e da antropologia no ensino e nas escolas. Refletiu-se sobre o papel e os lugares da Antropologia e de outras ciências sociais na educação, na formação das crianças e jovens de hoje. Fala-se do futuro e de como estas disciplinas podem fazer face aos desafios. Aborda-se também a profissionalização e a inclusão da Antropologia nos currículos, que passa pelo aumento da presença de pessoas formadas em ciências sociais no ensino e na educação.

 

Centro de Humanidades (CHAM)

  • Título: “O passado dos oceanos e as humanidades azuis”

Investigadores: Cristina Brito

Descrição da atividade: O projeto pretende avaliar a importância da vida marinha para as sociedades humanas durante os últimos dois milénios, até à era da pesca intensiva e industrializada. A atividade nasce a partir da primeira ERC Synergy Grant na área das Humanidades, atribuída ao projeto 4 Oceans.

 

  • Título: “Eu HTRizo, tu HTRizas, nós HTRizamos: o que é isso?”

Investigadores: Hervé Baudry

Descrição da atividade: no âmbito do projeto “Transcrever os processos da Inquisição portuguesa (1536-1821)”, convidamos à descoberta duma vertente dos avanços da Inteligência Artificial. Trata-se da paleografia digital e da aplicação que fazemos do motor de HTR (Handwritten Text Recognition), isto é, a transcrição automática da escrita manual. Mas será que já leu coisas transcritas automaticamente? Que já fez um OCR? Iremos descobrir como isto funciona, e para quê, nas ciências como no quotidiano.

 

  • Título: “Do cuneiforme ao bit – uma coleção digital” (em Braga)

Investigadores: Isabel Gomes de Almeida

Descrição da atividade: A interpretação de um artefacto cerimonial da antiga Mesopotâmia, o «Vaso de Uruk», serve de mote para explorar práticas, atividades e tecnologias modernas, cujas raízes se encontram em períodos muito recuados da antiguidade. Será apresentada uma pequena coleção museológica digital (5 objetos digitais com descrições e textos de interpretação), que parte do primeiro centro urbano onde o registo escrito, em cuneiforme, foi inventado para documentar dados quotidianos.

A partir do «Vaso de Uruk», feito em alabastro, propõe-se uma visita à civilização da antiga Mesopotâmia que adotou a base sexagesimal (ainda hoje presente nos 60 minutos da hora, ou nos 360 graus do ângulo raso); que emergiu da sedentarização para cuidar das culturas agrícolas e domesticar animais para seu uso; que dominou os processos de fermentação para produzir vinho de tâmaras e cerveja a partir da cevada, cujas propriedades anti-oxidantes são uma das vantagens no consumo de alimentos assim processados. Será também realizada uma oficina de escrita cuneiforme (com duas sessões ao longo da tarde/noite), em que os participantes serão convidados a ser escribas mesopotâmicos, repetindo na argila movimentos de antanho, que a tecnologia moderna trouxe de volta ao presente. Esta atividade tem lugar em Braga.