
Jornalismo de investigação
Este curso vai ser lecionado na modalidade de ensino Presencial
Objetivos
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Esta formação pretende municiar os formandos com um conjunto de ferramentas que os habilitem a enfrentar os desafios do jornalismo de investigação, sobretudo nos territórios de proximidade. Para lá da discussão e apresentação do quadro de conceitos que caracteriza o jornalismo de investigação e a sua complementaridade com o jornalismo quotidiano, os formandos terão contacto com os métodos e as técnicas de produção de projetos de investigação.
Programa
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Sessão 1 – dia 14/07/2025 – das 20h00 às 21h00
Do Lobo Solitário à Alcateia
- O que é o jornalismo de investigação e o que o distingue do jornalismo quotidiano: a complementaridade entre estas duas expressões jornalísticas. Das origens do jornalismo de investigação até aos projetos colaborativos transfronteiriços. A investigação jornalística nos territórios de proximidade.
Sessão 2 – dia 15/07/2025 – das 18h00 às 20h00
Os desafios da Tecnologia
- Na era da informação digital, o jornalismo de investigação alargou o seu espetro de ação. Num tempo em que as fugas de dados são cada vez mais comuns, os jornalistas têm de ter um um leque de competências vasto, que lhes permita navegar no oceano de informação que a internet oferece.
Sessão 3 – dia 15/07/2025 – das 20h00 às 22h00
Como não te perderes no labirinto de uma investigação
- Se precisas de conciliar uma investigação jornalística complexa e demorada com muitas outras coisas que tens para fazer e, por outro lado, sentes que facilmente ficas perdido com o que vais acumulando ao longo do tempo, então esta sessão é para ti.
Sessão 4 – dia 16/07/2025 – das 18h00 às 20h00
- Técnicas de Pesquisa e Ferramentas Digitais
As técnicas e ferramentas digitais hoje disponíveis em fontes abertas permitem aprofundar a investigação jornalística de uma forma que não era possível no passado. Esta sessão fará um sobrevoo sobre esse admirável mundo novo.
Sessão 5 – dia 16/07/2025 – das 20h00 às 22h00
O compromisso com o detalhe. Pegar numa informação solta e, a partir dela, construir uma história de investigação
- Pegar numa informação solta e, a partir dela, construir uma história de investigação. Os passos da reportagem de investigação. A Persistência e a capacidade de vencer a frustração. O repórter que escava até se aproximar da verdade jornalística.
Sessão 6 – dia 17/07/2025 – das 18h00 às 20h00
O desafio da forma 1: a escrita da reportagem de investigação
- Uma grande história jornalística precisa de vencer o desafio da forma para, efetivamente, causar impacto. Estabelecendo um compromisso com o jornalismo literário, o repórter de investigação estará habilitado a construir uma narrativa atrativa, que resgate a atenção do leitor.
Sessão 7 – dia 17/07/2025 – das 20h00 às 22h00
O desafio da forma 2: a utilização do som e da imagem na reportagem de investigação
- As plataformas audiovisuais são, por natureza, inimigas da investigação jornalística. Nesta sessão, os formandos serão confrontados com a necessidade de tornarem as suas investigações visuais e sonoras, aprendendo estratégias que lhes permitam atingir esse objetivo.
Sessão 8 – dia 18/07/2025 – das 18h00 às 20h00
Como ir buscar financiamento para fazer histórias de investigação
- Tens uma ideia ótima para uma investigação jornalística, mas não tens dinheiro para a desenvolver? Então, nem tudo está perdido. Dicas, conselhos e perguntas e respostas sobre as oportunidades de financiamento que existem e como agarrá-las.
Bibliografia
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- Anderson, D., & Benjaminson, P. (1976). Investigative reporting. Indiana University Press.
- Hamilton, J. T. (2016). Democracy’s detectives, the economics of investigative journalism. Harvard University Press.
- Houston, B., & Horvit, M. (2021). The investigative reporter’s handbook. IRE.
- Kovach, B., & Rosenstiel, T. (2010). Blur. How to know what’s true in the age of information overload. Bloomsbury.
- Tong, J. (2022). Journalism in the data age. SAGE.
PROPINA
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Ver tabela em informações úteis.
docentes
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Pedro Coelho é Professor Auxiliar na NOVA FCSH, investigador integrado do IC NOVA e Grande Repórter de Investigação da SIC TV. É um dos três fundadores do Centro Português de Jornalismo de Investigação (CPJI), associação sem fins lucrativos que firmou um protocolo de colaboração com o ICNOVA. Autor de diversos livros e artigos científicos sobre jornalismo de investigação, reportagem, ensino do jornalismo e jornalismo de proximidade. Recebeu diversos prémios de jornalismo, incluindo dois prémios Gazeta, prémio Mário Mesquita (SPA), Prémio Cáceres Monteiro e a medalha de ouro comemorativa dos 50 anos da declaração universal dos direitos do homem, atribuída pela Assembleia da República. Foi finalista do prémio Daphne Caruana Galizia, o principal prémio europeu de jornalismo de investigação. É finalista do Prémio internacional de jornalismo True Story. Presidiu ao 5º. Congresso dos Jornalistas, que decorreu em janeiro de 2024.
Filipe Teles é jornalista de investigação freelancer. Nos últimos anos, participou em grandes projetos de investigação, como a A Agenda, Quando o Ódio Veste Farda e Testa de Ferro. Os seus trabalhos foram nomeados para o Daphne Caruana Galiza Prize for Journalism, o principal prémio de jornalismo de investigação na Europa, e o True Story Awards. Fez um curso intensivo de jornalismo de dados – Lede Program – na Universidade de Columbia. É doutorando em Ciências da Comunicação na NOVA FCSH.
Micael Pereira é grande repórter no jornal Expresso, onde está há 19 anos e onde se tem dedicado a fazer jornalismo de investigação. Tornou-se jornalista em 1994, aos 20 anos, quando estudava Física na Universidade de Lisboa. Tem uma licenciatura em Estudos Portugueses pela NOVA FCSH e um mestrado em Estudos Internacionais pelo ISCTE. É membro do Consórcio Internacional de Jornalistas de Investigação (ICIJ), faz parte da rede European Investigative Collaborations (EIC) e é o correspondente para Portugal dos Repórteres Sem Fronteiras (RSF). É um dos jornalistas por detrás de algumas das maiores investigações internacionais dos últimos anos, distinguidas com prémios que demonstram o poder de trabalhar em equipa, incluindo um Pulitzer (em 2017, com Panama Papers), um Emmy (em 2021, com Luanda Leaks) e um European Press Prize (em 2022, com Cities for Rent). Deu aulas de jornalismo de investigação numa pós-graduação da FCSH e faz agora o mesmo na Universidade de Coimbra.
Paulo Barriga é jornalista freelancer. Iniciou a carreira em 1984 no movimento das “rádios livres”. Integrou redações e publicou em vários jornais e revistas: O Independente, Grande Reportagem, Correio da Manhã, Visão, Expresso, Sol, Ler, Diário de Notícias, Volta ao Mundo, Sábado, Público ou Diário do Alentejo, de que foi diretor. Detém o título de Professor Especialista em Jornalismo pelo Instituto Politécnico de Lisboa e é licenciado em Jornalismo Internacional pela Escola Superior de Jornalismo do Porto. Foi bolseiro da Fundação Calouste Gulbenkian em investigação jornalística em 2019, da Roche/Sindicato dos Jornalistas em 2020 e da Sociedade Portuguesa de Autores em 2021. Recebeu vários prémios de reportagem, nomeadamente da Unesco, da Academia Olímpica e da Comissão Europeia.