IHC obtém financiamento europeu para estudar trabalhadores forçados portugueses na Alemanha Nazi
20 de Julho de 2020, 14:40

O projecto “Portuguese and Spanish Forced Labourers under National Socialism: History, Memory and Citizenship”, coordenado por Cláudia Ninhos, investigadora do Instituto de História Contemporânea (IHC) da NOVA FCSH, foi o único nacional aprovado no programa europeu “Europa para os Cidadãos — Memória Europeia”.
No novo projecto transnacional, o IHC une-se a diversas instituições europeias para alargar o âmbito geográfico da investigação iniciada, em 2015, por uma equipa liderada por Fernando Rosas, que havia identificado cerca de um milhar de portugueses vítimas do regime nacional-socialista. O objectivo principal é promover na sociedade o conhecimento sobre o trabalho forçado de portugueses e espanhóis durante o III Reich.
Para isso, a equipa propõe a elaboração de uma plataforma digital com informações dos portugueses e espanhóis que foram trabalhadores forçados durante esse período. Para além disso, farão também ações de formação para professores em Portugal e em Espanha, bem como a produção de material pedagógico. Para este objetivo, será fundamental a colaboração da Associação de Professores de História e dos parceiros alemães dos Arolsen Archives – International Center on Nazi Persecution — cujo serviço educativo tem desenvolvido materiais pedagógicos sobre o Holocausto e o trabalho forçado a partir da documentação que detêm proveniente dos campos. Finalmente, será ainda organizada uma exposição sobre esta temática, a inaugurar em Paris.
Da equipa IHC fazem parte, para além de Cláudia Ninhos e Fernando Rosas, Ansgar Schaefer e António Carvalho, investigador associado e diretor do Museu Nacional de Arqueologia. São também parceiros do projecto a Universidade Autónoma de Barcelona, a Universidade de Paris 8 e o EUROM — European Observatory on Memories.
Para além disso, no final do mês de Junho, no contexto do Programa Nacional em torno da Memória do Holocausto, o Conselho de Ministros já havia provado também o projecto “Portugueses no Campo de Concentração de Mauthausen (1938 -1945)”, coordenado por Fernando Rosas, que tem como objectivo aprofundar o estudo dos portugueses que passaram pelo Campo de Concentração de Mauthausen.