À conversa com Marta Cerqueira, vencedora da 1.ª edição Go Green Go Social do Prémio Melhor Ideia de Negócio
26 de Outubro de 2022, 11:29

O Prémio Melhor Ideia de Negócio do Santander Universidades e da NOVA FCSH celebra 10 anos de edições, tendo as candidaturas abertas para a sua 11ª edição até dia 30 outubro. Marta Cerqueira e Lígia Gomes (antiga aluna da NOVA FCSH) foram as primeiras vencedoras da iniciativa desde que esta assumiu como o seu foco Go Green Go Social em 2020 em projetos de impacto social e ambiental que fossem ao encontro dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável da ONU.
A plataforma online de sustentabilidade Peggada valeu à dupla o 1.º lugar no Prémio Melhor Ideia de Negócio, um site com um diretório sobre negócios sustentáveis em todo o país assim como reportagens, notícias e eventos escritos diariamente sobre este tema. Esta é uma das principais áreas às quais Marta Cerqueira se dedica no projeto. Como jornalista de profissão, a empreendedora tem uma maior responsabilidade na criação de conteúdos e na gestão das redes sociais da Peggada. A co-criadora da ideia de negócio sustentável falou com a NOVA FCSH sobre o seu projeto, a importância do prémio na aceleração da ideia e a forma como a Peggada evoluiu até agora.
Como surgiu a ideia de criar a Peggada?
Marta Cerqueira: A ideia surgiu porque eu sou jornalista e já há algum tempo que trabalhava para uma revista online, na qual eu comecei a escrever sobre sustentabilidade, cada vez mais e mais. E comecei a interessar-me por esta área e pensei um dia que era giro haver um site (que não havia) onde as pessoas pudessem ir ler exclusivamente sobre sustentabilidade e ao mesmo tempo saber onde é que eu tenho, porque uma coisa que me perguntavam muito a mim era onde é que há uma loja A Granel, onde é que eu posso comprar roupa em segunda mão, e eu tinha essas informações todas na minha cabeça e decidi criar um site para espalhar essa informação também por outras pessoas. E na altura concorri a um prémio – Women 4 Climate – que procurava exatamente mulheres com projetos na área da sustentabilidade. Foi lá que eu conheci a Lígia porque nós não nos conhecíamos. A Lígia tinha concorrido com outro projeto. O dela não passou e eu perguntei se ela se queria juntar a mim, porque tínhamos as duas gostos em comum e foi aí que nasceu a Peggada, mas de uma forma muito embrionária na altura. Entretanto, foi crescendo até agora.
O que é que a levou a candidatar-se ao Prémio Melhor Ideia de Negócio da NOVA FCSH e do Santander Universidades com esta ideia?
MC: Neste caso foi a Lígia, porque ela era aluna da NOVA, tirou Antropologia na NOVA e recebeu uma newsletter a falar deste prémio. Ela achou que, na área da sustentabilidade, fazia todo o sentido nós candidatarmo-nos e foi isso que nos levou a concorrer, até porque este foi o primeiro programa de aceleração no qual nós participámos e que sentíamos que precisávamos, porque precisávamos de uma ajuda. Por isso mesmo é que nos candidatámos ao Prémio.
Durante o processo de candidatura ao Prémio, quais foram os principais desafios que encontrou desde a fase de aceleração até ao pitch final? Como é que essas lições a ajudam hoje em dia?
MC: Este foi o primeiro programa de aceleração no qual nós participámos, portanto era tudo novo para nós, e nós estávamos mesmo a precisar deste apoio, deste incentivo, porque desde fazer um plano de negócios ou pensar noutras formas de negócios que nós não tínhamos pensado inicialmente, ter as mentorias certas, isso tudo foi um grande empurrão para nós, claro. E claro que ter ganho e ter a parte monetária foi também bastante importante, porque não temos essa parte. Isto para nós ainda é o nosso side job que queremos que seja o nosso full-time, obviamente. Permitiu-nos cobrir algumas despesas iniciais, dar algo em troca aos voluntários que trabalham connosco. Nós queremos muito ter pessoas que trabalham connosco bem pagas e recompensadas e portanto o Prémio foi importante por tudo isso, todas essas vertentes.
Desde 2020, de que forma evoluiu o projeto e qual foi o contributo do Prémio nesse desenvolvimento?
MC: Evoluímos bastante. Penso que em 2020 foi mesmo o início, nós estávamos muito focadas ainda em Lisboa, os negócios que tínhamos eram de Lisboa e agora já chegamos a todo o país, logo aí já é uma grande diferença. E até ajudou a descobrir outras formas de negócio, que nós não tínhamos pensado inicialmente, principalmente em fazer conteúdos para outras empresas que estão a acordar para esta área da sustentabilidade, que precisam de alguma ajuda e veem em nós pessoas que podem contribuir. Todo o processo do Prémio foi importante, e não é o prémio em si, porque o dinheiro é obviamente importante e permitiu-nos, se calhar, ter mais voluntários a trabalhar connosco, mais pessoas a trabalhar connosco, mas foi mesmo estruturar ideias o mais relevante.
De que forma utilizava e continua a utilizar princípios de sustentabilidade no seu projeto? Por exemplo, os Objetivos de Desenvolvimento Sustável da ONU?
MC: A Peggada é, na sua base, um projeto sobre sustentabilidade. É o nosso foco, portanto é o nosso trabalho diário, é a nossa base. Quanto aos pontos que tocamos, claro, temos aqueles mais ligados ao clima, também à educação, uma vez que todos os dias escrevemos notícias, damos dicas e partilhamos nas redes sociais de tudo para que haja cada vez uma comunidade maior e mais sustentável. Também nos incluímos na igualdade de género, por exemplo, porque tentamos ser uma equipa bastante equitativa e somos duas mulheres à frente de um projeto, o que às vezes não é assim muito comum pelo que também pode ser um exemplo para outras pessoas.
Para participar na primeira fase do Prémio Melhor Ideia de Negócio basta começar por descrever a ideia até 300 palavras. Mais informações sobre a edição deste ano do Prémio Melhor Ideia de Negócio, incluindo o guia de candidatura e documentos úteis podem ser consultadas aqui.
Cartaz do Prémio Melhor Ideia de Negócio | Go Green Go Social 2020