NOVA FCSH valoriza antigos fornos de cal de Lisboa

Recuperar a memória dos formos de cal em Lisboa, defendendo a sua preservação e destacando-os como elementos culturais da cidade, é um dos objetivos de um grupo de investigação do Departamento de História da NOVA FCSH. Trata-se de um projeto realizado no âmbito da unidade curricular de Estágio de Arqueologia III da licenciatura em Arqueologia da NOVA FCSH, no âmbito da qual alunos da Faculdade contribuem para a preservação do património arqueológico, geológico e tecnológico da cidade. A iniciativa, liderada por Leonor Medeiros, docente da Faculdade, tem como parceiros a Câmara Municipal de Lisboa, o Centro de Arqueologia de Lisboa e a Associação Portuguesa de Arqueologia Industrial.

“Os fornos de cal desempenharam um papel fundamental na história e desenvolvimento da cidade, principalmente após o Terramoto de 1755, produzindo constantemente a cal a partir da pedra calcária, material fundamental para a reconstrução e expansão da cidade”, explica Leonor Medeiros. No passado, “entre o século XVIII e XIX, surgiram várias dezenas de conjuntos de fornos de cal na cidade, explorando os recursos geológicos de várias pedreiras associadas e que alteraram a fisionomia da cidade. Desativadas ao longo do século XX, estas estruturas foram decaindo, reutilizadas para outros usos, ou demolidas para novas utilizações do espaço urbano. Hoje poucas são visíveis na cidade e a sua história, tecnologia e memória social vão-se perdendo”, nota a arqueóloga. Daí a importância da sua preservação, dando continuidade à investigação já realizada pela Faculdade nos Fornos de Cal do Rio Seco, na Ajuda.

Os atuais trabalhos, que nesta fase decorrem durante setembro, vão permitir, em 2024, planear e preparar um encontro científico e uma publicação.

Os fornos de cal são locais onde o calcário é convertido em óxido de cálcio, ou cal, pela decomposição térmica de calcário por calcinação. Trata-se de um ingrediente essencial em argamassa amplamente utilizada na construção civil, sublinhando a importância destas estruturas em Lisboa após o grande terramoto. Também é comumente usado como fertilizante em diferentes culturas agrícolas.

Consulte o panfleto “História e saberes do cal em Lisboa”

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