
Annie Ernaux em Colóquio Internacional sobre Mulheres, Literatura e Feminismos
Annie Ernaux (1940-), Nobel da Literatura 2022, é uma das escritoras em análise no colóquio internacional de acesso livre e gratuito, sobre mulheres, literatura e feminismos, que integra a Temporada Portugal-França 2022. Intitulado Escritoras portuguesas no tempo da Ditadura Militar e do Estado Novo. O cinquentenário de Novas Cartas Portuguesas. Subversão e solidariedade feminista, decorre entre 13 e 14 de outubro, no Auditório B1 da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa, mas será igualmente transmitido por zoom. A promoção do evento é da responsabilidade de dois centros de investigação desta universidade, o Instituto de Estudos de Literatura e Tradição (IELT) e CICS.NOVA /Faces de Eva.
Isabel Henriques de Jesus e Teresa Sousa de Almeida, organizadoras, sublinham que apesar do destaque à obra das “três Marias”, o encontro reflete o “diálogo cultural, literário e académico entre os dois países”, através da vida e obra de múltiplas escritoras: Annie Ernaux (1940-); Charlotte Delbo (1913-1985); Ilse Losa (1913-2006); Marguerite Duras (1914-1996); Maria Isabel Barreno (1939-2016); Maria Judite de Carvalho (1921-1998); Maria Lamas (1893-1983); Maria Teresa Horta (1937-); Maria Velho da Costa (1938-2020); Mécia de Sena (1920-2020); Natália Nunes (1921-2018); Orlanda Amarílis (1924-2014); Violette Leduc (1907-1972) e Olga Cabral (1909 – 1997).
O colóquio é acolhido pelo projeto Escritoras de língua portuguesa no tempo da Ditadura Militar e do Estado Novo em Portugal, África, Ásia e países de emigração, que vem elaborando desde 2019 uma base de informação biográfica e bibliográfica sobre mulheres e literatura. A informação é disponibilizada online na plataforma Mulheres e Literatura, contando já com mais de 50 entradas e 600 autoras identificadas. Com este projeto, desenvolvido em parceria entre o IELT, o CICS.NOVA/Faces de Eva (Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa) e o CRILUS/UR Études Romanes (Universidade Paris Nanterre), \”pretende-se demonstrar que a escrita realizada por mulheres ocupa um lugar determinante na literatura portuguesa, devendo ser explicitamente inscrita no património literário português\”, defendem Teresa Sousa de Almeida e Isabel Henriques de Jesus.