American Dreams, American Crises
Sessenta anos depois de Martin Luther King ter articulado, no seu Discurso “I have a Dream”, durante a Marcha sobre Washington, uma visão de igualdade cívica básica que, nas suas palavras, estava “profundamente enraizada no Sonho Americano”, este simpósio propõe-se questionar tanto esta construção omnipresente, frequentemente tomada como garantida e assumida como a base de um sentido de excepcionalismo nacional, como as muitas formas como as fraturas e divisões sociais, políticas e culturais contemporâneas estão a criar a perceção de uma crise distintiva contemporânea, políticas e culturais contemporâneas estão a criar a perceção de uma crise distintiva contemporânea, vividamente simbolizada pela suspensão dos direitos adquiridos na reversão do caso Roe v Wade pelo Supremo Tribunal, e pelo ataque de 6 de janeiro ao Capitólio e pelo apoio ao negacionismo eleitoral, minando aquilo que Tocqueville descreveu, em Democracy in America, como “o encanto do sucesso antecipado” que tem enquadrado muitos discursos coletivos americanos.
Sixty years after Martin Luther King articulated, in his “I have a Dream” Speech, during the March on Washington, a vision of basic civic equality that, in his words, was “deeply rooted in the American Dream”, this symposium proposes to interrogate both this omnipresent construct, frequently taken for granted and assumed to be the basis of a sense of national exceptionalism, and the many ways in which contemporary social, political and cultural fractures and divisions are creating the perception of a contemporary distinctive crisis, vividly symbolized by the suspension of acquired rights in the Supreme Court reversal of Roe v Wade, and by the January 6 attack on the Capitol and support for election denialism, undermining what Tocqueville described, in Democracy in America, as “the charm of anticipated success” that has framed many American collective discourses.