19
Dez
2024
Alexandre O’Neill
Bibliotecas NOVA FCSH
Todo o dia (19 Dez 2024 a 11 Fev 2025)
Av. de Berna

Nascido a 19 de dezembro de 1924, Alexandre O’Neill descreveu-se como um crente no amor que sofria de ternura, no seu poema “Auto-retrato”. Homem de palavras, emprestou a sua criatividade às demais expressões artísticas e culturais portuguesas da segunda metade do século XX, como a poesia, a prosa ou a publicidade. Assinalando o seu legado, as Bibliotecas NOVA FCSH destacam a versatilidade de um homem de palavras numa exposição bibliográfica patente na Torre B da faculdade até 10 de fevereiro.

Após ter ingressado na Escola Naval, O’Neill desistiu do seu percurso escolar mas nem por isso deixou de se interessar pelas letras. Logo aos dezassete anos publicou os seus primeiros poemas e nos anos 40 do século XX fundou o Movimento Surrealista de Lisboa, juntamente com figuras como Mário Cesariny ou José Augusto França. Até à sua morte, em 1986, publicou mais de uma dezena de obras de poesia, como A Ampola Miraculosa, em 1948, Poemas com endereço, em 1962, Feira cabisbaixa: poemas, em 1965, ou De ombro na ombreira, em 1969, cujas primeira edições se podem encontrar nesta mostra bibliográfica.

O’Neil levou também “A Gaivota” à voz de Amália Rodrigues e os “perfilados de medo” à voz de José Mário Branco, fazendo com que os seus versos ganhassem outra dimensão ao integrarem composições musicais de ampla divulgação. Contudo, foi com o trabalho em publicidade que ganhou a vida e foi dela que granjeou uma entrada no dicionário de provérbios, com o slogan “há mar e mar, há ir e voltar”, tornando-se parte do imaginário dos portugueses até aos dias de hoje. Foi também o prefaciador e curador de antologias poéticas contemporâneas, guionista e narrador, deixando o seu nome indelevelmente ligado à cultura portuguesa do século XX.

 

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