Estudantes apresentam trabalhos do Laboratório de Drama e Comunicação

No âmbito do Laboratório de Drama e Comunicação da disciplina de Teorias do Drama e do Espetáculo, os estudantes vão apresentar, dia 4 de janeiro no Teatro da Garagem, os seus projetos experimentais sobre o tema de “Performance & Invisibilidade”. A mostra terá como júri Carlos Pessoa (Diretor do Teatro da Garagem e docente da ESTC), Cláudia Madeira (organizadora e docente da NOVA FCSH), Pedro Florêncio (NOVA FCSH) e Mick Greer (FLUL).

SINOPSES

Grupo 1(A)- O outro ‘eu’ – Catarina Gaspar; Catarina Silva; Filipe Simões; Joana Lopes; Mariana Aleixo; Mário Gonçalves; Patrícia Gouveia; Rafaela Pires; Pedro Lázaro; Tatiana Medeiros

Num grupo de amigos nem sempre tudo é revelado. Todos têm um outro “eu” que guardam só para si mesmos. A sós, são: uma estudante desesperada com a matéria da faculdade, uma adolescente que descarrega as suas frustrações na bebida, um jovem solitário no quarto e um estudante deslocado com saudades de casa. Estas são as individualidades que estas pessoas pretendem não revelar.

 

G2(B) – Performance Invisível – Carolina Arnedo; Eva Cassamá; Hélder Catarina; Inês João Marques; Maria Inês Santos; Miguel Martins; Patrícia Brito; Rita Bretão; Sofia Cardoso; Tiago Gonçalves.

A imagem e o som são componentes indissociáveis da experiência e da produção audiovisual. A imagem, do latim eidos, assume realce, aos olhos do espectador, nas linhas e formas, na textura, cor e distância, no espaço e no equilíbrio. O sonus, por sua vez, mediante a altura, intensidade e timbre transporta, em si mesmo, significados e idiossincrasias. Ainda que o público reconheça a relevância e o destaque da imagem e do som no audiovisual, será capaz de identificar os rostos por trás do espetáculo? O teatro e o cinema são artes coletivas, sendo formadas por inúmeros técnicos que contribuem, sobremaneira, para a construção das sensações que vivenciamos, enquanto espectadores. Por sabermos que a invisibilidade pauta o quotidiano destes profissionais, propomos torná-los protagonistas: “(…) Pensaste já, ó Outra, quão invisíveis somos uns para os outros? Meditaste já em quanto nos desconhecemos? Vemo-nos e não nos vemos. Ouvimo-nos e cada um escuta apenas uma voz que está dentro de si (…)” (Pessoa, 2014). 

 

Grupo 3(C) – Deus, por minha culpa – Ana Rita Reis, Ricardo Luís, Maria Inês Mendes, Miguel Villa de Freitas, Eva Moura, Laura Correia, Constança Vieira, Diogo Fernandes, António Vouga, Luana Medeiros, Manuel Gorjão

A omnisciência é tida como uma característica divina, estando vedado aos seres humanos o conhecimento absoluto. Daí, a dúvida e a ignorância tornam-se propriedades suas. Através do diálogo, estas vão-se dissipando em direção à verdade, nunca alcançável por defeito. Nem sempre a ação é visível por nem sempre ser vontade do ator que assim o seja. De palavra em palavra, de diálogo em diálogo, a ação vai-se revelando na mente do espectador, tornando-se a pouco e pouco visível a seus olhos. A intriga passa-se no final de um jantar a quatro. A anfitriã dá o mote da conversa. A ação acontece.

 

Grupo 4(D) – As Mãos Invisíveis – Ana Sofia Costa; Ariana Moreira; Carolina Pereira; Filipa Matias; Gabriella Nishimura; Lara Grou; Margarida Matias; Maria Isaura Martins; Maria Pombeiro; Mariana Monteiro; Sofia Moura; Tiago Viveiros

No Clube Estefânia a primeira mulher votou, e, nesse mesmo local, foi silenciada. Quantas mãos seguram a caneta com que agora votas? Nesta narrativa, exploramos a forma como os espectros do passado influenciam os dias atuais.

Na voz de Leonor, ressoam as vozes de duas mulheres, duas épocas distintas. Mas estará ela ciente das ausências que ainda preenchem o espaço das urnas?

 

Grupo 5(E) – (Des)acompanhada – Ana Catarina Gerardo; Beatriz Sousa; Clara Figueiredo; Francisco Antunes; Gonçalo Carvalho; Joana Martins Silva; Madalena Paixão; Maria do Mar Ferreira; Miguel Martins; Ricardo Lobarinhas; Sofia Baptista; Tiago Rebotim

Por vezes, queremos falar e não temos as palavras certas. Mas o que acontece se temos as palavras certas, mas não nos ouvem? No seu dia a dia, uma rapariga dá de caras com diversos obstáculos, que parecem mundanos para as pessoas com quem se cruza. Estes bloqueios partilham o facto de pertencerem ao auditório certo para o qual esta (e todas as outras mulheres) precisa de passar a mensagem. No entanto, este está submerso numa indiferença que lhe foi incutida ao longo dos séculos.

Desde uma saída com as amigas a uma simples consulta de psicologia, o escrutínio torna-se uma rotina cíclica da qual a jovem não consegue escapar. Uma conjugação entre surdez e cegueira constante desafia a protagonista, que, sentindo-se invisível perante os olhos da sociedade, é ao mesmo tempo o objeto diário de observação da mesma.

 

Grupo 6(F)- O Recado – Ana Catarina Graças, Ana Sofia Santos, Carolina Martins, Constança Elvas, Daniela Felício, Juliana Muradas, Mª Clara Martins, Mª Constança Fernandes, Mª Inês da Câmara, Marisa Ferreira e Rafaela Fernandes

No mundo em que vivemos movemo-nos tão rapidamente, presos numa rotina e sempre com pressa de chegar seja onde for. Se as profissões que nos permitem mover, ter condições para viver num mundo minimamente organizado desaparecessem, talvez tomássemos consciência da sua existência. Esta é a história de uma rapariga, Madalena, que vê o seu dia-a-dia mudar drasticamente após o desaparecimento de algumas pessoas que sempre fizeram parte do seu quotidiano, mesmo sem Madalena se aperceber, conduzindo à loucura e ao desespero.

Assim, Madalena passará por uma consciencialização pessoal, que se reflete no tema da invisibilidade, que assumirá outra importância na sua vida.

 

Grupo 7(G)- Espalhaçado – Aline Cabaço, Francisco Simão, Frederico Ferreira, Leonor Ferrão, Margarida Santos, Maria Carlota Abreu, Maria do Carmo Sepúlveda, Miguel Santos, Tiago Canudo, Tomás Félix

 “Quatro ou cinco cavalheiros debatiam, uma noite, várias questões de alta transcendência, sem que a disparidade dos votos trouxesse a menor alteração aos espíritos.” É assim que começa “O Espelho” de Machado de Assis. Nesta curta não quatro ou cinco, mas dez, não tão cavalheiros, procuram maneiras de como voltar a representar as ambiguidades da identidade, nos moldes da dualidade da alma.

Na tentativa de produção de uma trama ficcionada, desvenda-se o processo real que lhe dá forma jogando com a invisibilidade intrínseca à dramatização.

Desta feita não é o cargo de alferes à volta do qual vive a narrativa, mas sim o de um praxante em tempos de pandemia. Deslumbrado pelo poder do traje, quando se confronta com uma realidade na qual não o pode envergar, fica rapidamente absorto num ciclo de desencontros consigo próprio.

 

Grupo 8(H) – Persona – André Sousa; Beatriz Lopes; Catarina Baldaia; Catarina dos Santos; Madalena Brassard; Maria Linhares; Maria Stilwell; Marta Simão; Rita Góis; Rodrigo Fontes

Entre as crises de identidades e as dúvidas existenciais, Inês, a par dos lugares físicos e sociais que frequenta, vê transpostas e metaforizadas nas cores que desde sempre conhece as diversas facetas daquela que é a designada persona. Numa busca incessante por desvendar traços de personalidade, por saber se há de agir mais extrovertidamente ou não, se deve ou não partilhar mais de si, esta tenta saber quem é para os outros, quem é, acima de tudo, para si mesma. É, assim, através dos olhos da protagonista que se mergulha na questão da performatividade e invisibilidade naquele que é, muitas vezes, o maior palco de representação – a própria vida quotidiana de um indivíduo.

 

Grupo 9(I) – Maria – Ana Margarida Rodrigues; Andres Garcia Gomez; Beatriz Velosa; Carolina Campos Coelho; David Carreira; Diogo Ilyas Baig; Gonçalo Cavaco; Nerea Morata Gallego; Oscar A. Sánchez; Sandra Rosário

Maria abre a porta e sai de casa. Acompanhamos um dia normal na vida de Maria, com tudo o que este terá de bom e de mau para oferecer. Todas as interações que temos na nossa vida influenciam não só a forma como achamos que os outros nos veem, mas também a forma como nos vemos a nós próprias. Maria não é exceção. Ficará a sua forma de se apresentar ao mundo igual depois deste dia normal?

 

Grupo 10(J) – O Encanto do Invisível – Asmira Nhaga; Beatriz Maciel; Beatriz Hassany; Georgina Fernandes; João Nunes; Marina Caceres; Maria Ximenes; Marco Faria; Miguel Martins; Paula Carrasco; Sarina Ayoubzadeh.

A detetive Teresa Rodrigues é contratada por Alessandra Ferreira Lopes para investigar o assassinato do seu marido, o prestigiado empresário Carlos Ferreira Lopes, encontrado sem vida no seu escritório. Durante o caminho da investigação, a detetive recolhe relatos de pessoas ambíguas e de índole duvidosa, trazendo à sua mente questionamentos acerca da impossibilidade de descoberta da identidade do assassino, ao passo que se apega à doce feição de Ângela Ferreira Lopes, filha do finado empresário.

Será que toda a pressão do caso trará à detetive o ápice da sua carreira ou a sua própria ruína?

 

PROGRAMA

14.00-14.05 – (G1) O outro ‘eu’ (Vídeo)

14.05- 14.10 – (G2) Performance Invisível (Vídeo)

14.10- 14.15 – (G3) Deus, por minha culpa (Vídeo) 

14.15-14.20 – (G4) As Mãos Invisíveis (Vídeo)

14.20- 14.25 – (G5) (Des)acompanhada (Vídeo)

14.25-14.30 – (G6) O Recado (Vídeo)

14.30- 14.35– (G7) Espalhaçado (Vídeo)

14.35-14.40 – (G8) Persona (Vídeo)

14.40- 14.45 – (G9) Maria (Vídeo)

14.45-14.50 – (G10) – O Encanto do Invisível (Vídeo)

15.00 -16.00 – Discussão com o júri.

A mostra terá lugar no Teatro da Garagem a 4 de janeiro, das 14h às 16h. A entrada é livre.

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