Dia Mundial do Combate à Seca e à Desertificação

A 17 de junho assinala-se o Dia da Desertificação e da Seca. Foi instituído em 1995 pela Organização das Nações Unidas. Este ano, a mensagem é uma chamada de atenção para a necessidade de mudança das atitudes e dos comportamentos da sociedade relacionados com a produção e o consumo.

O crescimento da população, da economia e da urbanização provoca um crescimento da procura de terras para a produção de alimentos, rações e fibras têxteis, conduzindo à intensificação dos processos de degradação dos recursos naturais, com particular destaque para o solo. 

Maria José Roxo, Professora Catedrática do departamento de Geografia e Planeamento Regional da NOVA FCSH, lamenta que «em Portugal, o fenómeno da desertificação continue a ser confundido com despovoamento, facto que tem dificultado a implementação de medidas de remediação e de recuperação dos solos e dos ecossistemas degradados».

Os dados a nível global são «verdadeiramente dramáticos», como se pode deduzir dos dados da ONU:

  • Atualmente, mais de dois mil milhões de hectares de terras que eram produtivas encontram-se degradados;
  • Mais de 70% dos ecossistemas naturais foram transformados. Em 2050, essa proporção pode atingir os 90%;
  • Em 2030, serão necessários mais 300 milhões de hectares de terras para produção de alimentos.
  • Também em 2030, prevê-se que a indústria da moda utilizará mais 35% de terras para a produção de fibras têxteis, ou seja, mais de 115 milhões de hectares, uma área equivalente ao tamanho da Colômbia.

 

O slogan deste dia, em 2020, é Food. Feed. Fibre. Produção e consumo sustentáveis. Tem por objetivo consciencializar a sociedade sobre a necessidade de preservar e salvaguardar os recursos naturais, uma vez que uma boa gestão da terra e práticas de consumo sustentáveis conduzirão a uma alimentação mais segura, a pessoas mais saudáveis e a um Planeta sustentável.

 

O papel da NOVA FCSH

A NOVA FCSH tem nos seus planos de estudo, particularmente nos departamentos de Geografia e Planeamento Regional e Sociologia, várias unidades curriculares dedicadas ao território, à interação ser humano-ecossistemas e ao desenvolvimento sustentável.

Sendo também uma responsabilidade das instituições de Ensino Superior adotar práticas sustentáveis no seu funcionamento e educar para a responsabilidade ambiental, a Faculdade (através do projeto Eco Campus) tem dado passos firmes na preservação ambiental. São disso exemplos a requalificação do sistema de rega (permitiu reduzir em 50% o consumo de água para este feito), o aumento da reciclagem, a utilização de papel reciclado nas impressoras de todos os serviços ou a redução de 2% no consumo específico de energia elétrica per capita, graças à substituição de todos os pontos de iluminação por lâmpadas LED.