O ecossistema musical versus o donut musical: Uma comparação de dois conceitos para imaginar o futuro da música durante a crise climática
SEMINÁRIO PERMANENTE DO GRUPO DE INVESTIGAÇÃO ETNOMUSICOLOGIA E ESTUDOS EM MÚSICA POPULAR
2024-02-21 | 15h00 | NOVA FCSH, Colégio Almada Negreiros, Campolide (Lisboa) | Sala 208 – Piso 2 | Sala Zoom
Entrada livre, presencial e online:
Sala Zoom | ID da reunião: 359 090 5798 | Senha: 295344
O ecossistema musical versus o donut musical: Uma comparação de dois conceitos para imaginar o futuro da música durante a crise climática
Matt Brennan | Universidade de Glasgow
Esta comunicação divide-se em três partes. Em primeiro lugar, apresento uma visão geral de como o termo “ecossistema musical” ganhou prevalência crescente ao longo da última década numa série de comunidades, incluindo as indústrias musicais, os organismos e decisores políticos financiados pelo Estado, e a academia. Descrevo a ideologia que sustenta os ecossistemas musicais tal como são concebidos atualmente, contrastando-os com a sua dependência de uma biosfera que está sob ameaça de colapso (Bradshaw et al 2021). Em segundo lugar, proponho que as definições existentes de “ecossistema musical” possam ser construtivamente informadas pelo conceito de “doughnut economics” de Raworth (2012). Uma definição potencialmente valiosa (embora não a única) de “ecossistema musical” poderia, portanto, ser a de “um sistema sustentável para a vida musical que contribua para uma base social de bem-estar da qual ninguém deve ficar abaixo, respeitando ao mesmo tempo o teto ecológico da pressão planetária de que não devemos ir além. Um ecossistema musical sustentável opera entre os limites da base e do tecto acima mencionados – um espaço musical seguro e justo para todos.” Em terceiro, considero como os conceitos do ecossistema musical e do “donut musical” se aplicam a dois estudos de caso na cidade de Glasgow: o Music Broth e o Festival TRNSMT. A comunicação será apresentada em inglês.
Matt Brennan | Professor de Popular Music e coordenador do MSc em Music Industries da Universidade de Glasgow. Foi presidente da filial do Reino Unido e Irlanda da Associação Internacional para o Estudo da Música Popular (IASPM) e é autor de vários livros editados na área dos estudos de música popular. Seu último livro, Kick It: A Social History of the Drum Kit (Oxford University Press) foi eleito um dos “melhores livros de música de 2020” pelo Financial Times, e a sua monografia anterior, When Genres Collide (Bloomsbury), foi nomeada como um dos “Livros de música favoritos de 2017” do site Pitchfork. Em 2018, liderou o Censo de Música ao Vivo do Reino Unido, o primeiro censo nacional deste tipo no mundo inteiro. Atualmente está a investigar sobre estratégias de sustentabilidade ambiental para cidades musicais, usando Glasgow como estudo de caso.