NOVA FCSH vence 5 milhões de euros para melhorar eficiência energética

A NOVA FCSH viu aprovada a sua candidatura para o plano de Eficiência Energética em Edifícios da Administração Pública Central do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), ao abrigo do qual vai melhorar a sustentabilidade do edifício Colégio Almada Negreiros através de um financiamento de quase 5 milhões de euros. Trata-se de um programa governamental apoiado por fundos europeus que visa implementar um conjunto de reformas destinadas a repor o crescimento económico sustentado após a pandemia, reforçando o objetivo de convergência com a Europa, ao longo da próxima década. “A distinção prestigia-nos e sem dúvida vem ao encontro de todos os objetivos na área da sustentabilidade definidos pela própria Faculdade”, destaca Rui Pedro Julião, Subdiretor para a Inovação, Criação de Valor e Desenvolvimento dos Campi. “Já estamos na fase em que vamos iniciar os concursos para o projeto”, que se enquadra também no Plano Nacional de Energia e Clima 2030.

As intervenções em edifícios, visando a sua sustentabilidade e reabilitação energética, encontram-se entre as medidas com maior efeito multiplicador da economia”, defende o docente. “Reabilitar e tornar os edifícios energeticamente mais eficientes potencia o alcance de múltiplos objetivos, designadamente a melhoria dos níveis de conforto para os utilizadores, a melhoria da qualidade do ar interior, a extensão da vida útil do edificado e a redução da fatura energética. Em resultado, também a redução de emissões de gases com efeito de estufa (GEE)”.

Como principais medidas a implementar até 2025, data limite para a aplicação do PPR, contam-se a montagem de painéis solares para produção de energia elétrica em regime de autoconsumo, a instalação de sistemas AVAC (aquecimento, ventilação e ar condicionado) por equipamentos mais eficazes geridos centralmente para maior poupança, a substituição de vãos envidraçados, troca de dispositivos hídricos por outros mais eficientes e substituição de luminárias no interior e fachada do Colégio. “Em concreto, pretende-se que o conjunto de medidas possa reduzir pelo menos 30% do consumo de energia primária do Colégio Almada Negreiros e contribuir para a redução de 20% do consumo de água”, estima o professor.

O Dia da Sustentabilidade foi assinalado com workshops, mesas redondas, uma “feira de trocas” e a inauguração de um mural de arte urbana da artista plástica Joana Pitanga (ao centro). Todos os anos têm também sido realizado um passeio de bicicleta como forma de promoção da mobilidade sustentável

Sustentabilidade também é lixo

A candidatura ao PPR é apenas mais um dos aspetos do investimento da NOVA FCSH em questões relacionadas com os 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS). De resto, a NOVA foi a primeira instituição de Ensino Superior nacional a ter uma Pró-Reitora para a área da sustentabilidade (e a plataforma NOVA 4 de Globe), pasta assumida, desde 2021, por Júlia Seixas.

Outro aspeto dos ODS em que a Faculdade apostou, desde o ano passado, foi na área dos resíduos”, esclarece Rui Pedro Julião. Na sequência da Câmara Municipal de Lisboa ter classificado a NOVA FCSH, da Av. de Berna, como um grande produtor (mais de 1100 litros de resíduos/dia), os “tradicionais” caixotes do lixo individuais foram substituídos por ecopontos para maior eficiência no tratamento do lixo. “Eliminámos mais de 250 caixotes individuais”, recorda o Subdiretor. “O primeiro grande objetivo, o de reduzir a produção diária de resíduos, encontra-se a ser concretizado desde fevereiro de 2023 de acordo com a política “Zero Waste” da Universidade, o que irá permitir negociar com a CML a classificação de grande produtor de resíduos que nos atribuíram. Ainda nesse âmbito, estamos também a iniciar o processo de desenvolvimento da compostagem”. Os contentores, cedidos pelo Município ao abrigo do programa “Lisboa a Compostar”, já se encontram um funcionamento.

Ideias claras, luzes apagadas

Outra parte significativa do esforço da Faculdade para melhorar a eficiência energética e reduzir custos espelha-se no Plano de Poupança de Energia, aprovado no final do ano passado. O documento, aprovado em conformidade com uma Resolução do Conselho de Ministros que incentiva a poupança energética, inclui medidas como a substituição da iluminação existente por LED, obrigatoriedade de desligar a iluminação em gabinetes e salas de aula quando não estão em uso e em todos os espaços interiores a partir das 23h, a regulação das temperaturas dos equipamentos de climatização para 18°C no inverno e 24°C no verão, a proibição de utilização de aquecedores e equipamentos de climatização individuais e o fecho dos edifícios sempre que não estão em funcionamento.

É obrigatório desligar a iluminação em gabinetes e salas de aula quando não estão em uso e em todos os espaços interiores a partir das 23h. Para incentivar ao consumo de água da torneira foram instalados bebedouros e os eventos dispõem de jarros de vidro, em substituição da água engarrafada

A sustentabilidade é um compromisso

Outras iniciativas que também importam destacar são a “adesão ao programa Eco-Escolas em 2018/2019 e a receção da primeira Bandeira Verde (renovada nos anos posteriores), a instalação de fontes de água no interior dos edifícios e bebedouros na esplanada, a requalificação do sistema de rega (com poupanças na ordem dos 50%), a dinamização do ‘Prémio Melhor Ideia de Negócio: Go Green Go Social’ ou inúmeras iniciativas realizadas no âmbito do transporte sustentável, nomeadamente a bicicleta”, enumera Rui Pedro Julião. “São iniciativas com que a NOVA FCSH acredita reforçarem o seu compromisso com a sustentabilidade e a proteção do ambiente”.

Rui Pedro Julião, Subdiretor para a Inovação, Criação de Valor e Desenvolvimento dos Campi da NOVA FCSH