NOVA FCSH recupera manuscritos históricos

Investigadores do VINCULUM, projeto da NOVA FCSH financiado pelo European Research Council, anunciaram a descoberta de três importantes manuscritos históricos, que agora serão restaurados e digitalizados. Trata-se de: “Descendência e linhagem dos Castelo-Branco”, “Livro da Fazenda do Senhor Conde Meirinho-Mor e rendimento dela e dos seus papeis e outras lembranças” e “Tombo do Cartório da Casa de Vila Nova de Portimão”.

O processo de restauro mereceu destaque no Philoblog, um dos mais importantes locais de anúncio de descoberta e estudo de documentos desaparecidos no mundo dos estudiosos da Literatura e da História medievais. Pertence à Universidade Califórnia – Berkeley e é gerido por Charles Faulhaber, coordenador da maior base de dados de literatura medieval ibérica, a Philobiblon.

A “Descendência e linhagem dos Castelo-Branco”, um dos três manuscritos, data de 1588 e contém um longo texto de 261 fólios. Em 116 capítulos narra a história e a genealogia de um grupo familiar da nobreza portuguesa, os Castelo-Branco, focando sobretudo Duarte Castelo-Branco, conde do Sabugal. Encontra-se nas mãos de um colecionador privado, Miguel Ayres de Campos, que o cedeu para estudo ao projeto VINCULUM.

O segundo é o “Livro da Fazenda do Senhor Conde Meirinho-Mor e rendimento dela e dos seus papeis e outras lembranças”, publicação igualmente em mãos privadas e generosamente disponibilizada à equipa da NOVA FCSH. Trata-se de um livro com 293 páginas numeradas, encadernado em pele, datado também de 1588, e que fez parte do Arquivo da Casa de Óbidos. O seu restauro, previsto para o final deste ano, permitirá a leitura de páginas atualmente bastante danificadas e nova análise cuidada do seu conteúdo.

Finalmente, será também recuperado o “Tombo do Cartório da Casa de Vila Nova de Portimão”, atualmente à guarda do Centro de Documentação do Museu Municipal de Portimão. Ao que tudo indica, foi mandado fazer pelo segundo Conde de Vila Nova de Portimão, com a sua direta intervenção. A redação final datará dos primeiros anos do século XVII, mas a empreitada deve ter começado nas últimas décadas da centúria anterior.