Metodologias e recursos para o ensino da música a pessoas cegas e com baixa visão

Realiza-se na próxima sexta-feira, 3 de março, entre as 14 e as 16.30, no Anfiteatro A 224 do Colégio Almada Negreiros, a sessão “Metodologias e recursos para o ensino da música a pessoas cegas e com baixa visão”. A convidada é Angela Pino, professora da Universidade Autónoma de Barcelona, especializada em Educação Musical Inclusiva, que tem procurado em recentes publicações fomentar a acessibilidade das pessoas cegas e de baixa visão a uma ampla e aprofundada aprendizagem musical teórico-prática.

Na sua exposição, intitulada “La educación musical de estudiantes con discapacidad visual: aspectos clave para su inclusión”, Angela Pino abordará as implicações de uma educação inclusiva, dará nota do trabalho desenvolvido em Espanha com estudantes com deficiência visual e informará sobre os recursos de ensino-aprendizagem e apoios para a integração desta comunidade em aulas de música, relevando a importância de pedagogias musicais ativas e a imprescindível e consecutiva formação do professorado nestas matérias. Na primeira parte da sessão, serão apresentados os resultados do projecto Filarmónica Enarmonia, uma iniciativa da Associação Bengala Mágica que visa possibilitar a aprendizagem de instrumentos de sopro e percussão e a prática de conjunto à comunidade com deficiência visual, realizada no âmbito do programa Práticas Artísticas para a Inclusão Social da Fundação Calouste Gulbenkian.

Nos passados quatro anos, vários professores e alunos (de mestrado e licenciatura) do Departamento de Ciências Musicais da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas – que constituíram a equipa artística do projeto – procuraram não apenas promover um ensino musical regular à comunidade cega, mas também habilitar, através da criação de vários materiais e produtos ainda inexistentes a sua mais fácil aprendizagem e a sua prática em conjunto: serão apresentados manuais de instrumento, jogos lúdicos; serão propostas adaptações aos instrumentos musicais; será também anunciada a criação de uma aplicação que possibilita a regência de um agrupamento constituído por pessoas cegas, desenvolvida em parceria com o centro LARsys do Instituto Superior Técnico. Tais materiais, produtos e equipamentos são divulgados nesta sessão por forma a dar a conhecer também a professores de música – que, não obstante o seu interesse, carecem de tal formação especializada – dos recursos e metodologias disponíveis para o ensino da música a pessoas cegas e de baixa visão.   

A presente sessão é realizada no âmbito do Laboratório “Acessibilidade para as Práticas Artísticas da Comunidade com Deficiência Visual”, Iniciativa Conjunta de Aprendizagem e Circulação promovida pela Associação Bengala Mágica e Teatrão e financiada pela Fundação Calouste Gulbenkian e Fundação La Caixa.