Sistemas Alimentares Urbanos Sustentáveis – Compreender para operacionalizar a transição

Este curso vai ser lecionado na modalidade de Ensino presencial e a distância (streaming)

Objetivos

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Como tornar os sistemas alimentares urbanos mais sustentáveis? É esta a questão que se coloca aos vários governos locais, ONGs e sociedade civil que procuram juntos ou de forma isolada encontrar respostas para uma transição para sistemas alimentares mais sustentáveis e resilientes. Pretende-se com este curso de curta-duração discutir conceitos, agendas e declarações internacionais, como a Agenda 2030 e respetivos ODS, o Pacto de Milão ou a Declaração de Glasgow para o Clima e a Alimentação. Simultaneamente pretende-se dar o palco a algumas das práticas nacionais e internacionais existentes que procuram responder a este desafio. Finalizaremos a formação debatendo metas e indicadores, necessários à monitorização e avaliação dos resultados.

Programa

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A agricultura urbana foi definida no início deste século por autores como Luc Mougeot (2000): “Agricultura Urbana é uma indústria localizada dentro (urbano) ou à margem (periurbano) de uma cidade ou zona metropolitana, que produz, processa e distribui uma diversidade de alimentos e não alimentos, reutilizando ou usando recursos humanos e materiais, produtos e serviços, que existem nas áreas urbana ou imediatamente circundantes (periurbano), que por sua vez fornece esses recursos humanos e materiais, produtos e serviços, em larga medida para a área urbana.” Neste momento, o conceito já evoluiu e falamos em sistema alimentar urbano, que inclui a produção, o transporte, o processamento, a distribuição, o consumo, a redução de desperdício e outros – desde a capacitação, formação, marketing, financiamento, pedagogia, sensibilização, etc. As dimensões do sistema alimentar são várias. Aquelas que mais se conhecem são a ambiental, a social e a económica mais recentemente
inclui-se a governança e o território.

Percebemos que é preciso repensar o sistema alimentar e garantir maior resiliência a catástrofes, aprender a partilhar e colaborar no âmbito das redes. Mas, temos políticas setoriais e, muitas das vezes, incoerentes entre o que está a ser pensado a nível nacional e a nível local, este é um grande problema para temas holísticos com o sistema alimentar. Por outro lado, é preciso repensar o sistema alimentar unindo todos os atores e sectores e fortalecendo as ligações entre as iniciativas já existentes, provenientes da sociedade civil, das ONGs, da administração pública, etc.. Para o fazer é preciso uma visão estratégica da alimentação.

Portugal tem um longo caminho pela frente, sendo a urbanização tardia, as “décadas de dependência de um sistema alimentar global” e alguns déficits de governança nomeadamente a inexistência de uma visão comum multidimensional, lacunas no mapeamento e na monitorização de iniciativas locais, ou a escassez de recursos, fortes desafios à transição alimentar. Nesse sentido é urgente capacitar os atores do sistema alimentar, de forma plural e fundamentada, para juntos construírem a transição.

Este curso pretende ser um contributo para este desígnio.

O curso será desenvolvido em 5 sessões – cada sessão incluirá uma apresentação de conceitos, exemplos práticos e debate. No final das 5 sessões será feita uma avaliação dos conhecimentos adquiridos.

Sessão 1

Agricultura Urbana, Alimentação e Sistemas Alimentares Urbanos – os múltiplos pontos de entrada dos sistemas alimentares.

Sessão 2

A govenança alimentar, os atores e setores do sistema alimentar – sistema de valores e poder.

Sessão 3

Estratégias Alimentares, programas, ações e iniciativas em Portugal.

Sessão 4

Estratégias Alimentares, programas, ações e iniciativas internacionais.

Sessão 5

Monitorização e avaliação dos sistemas alimentares.

Bibliografia

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• Cabannes, Y., & Marocchino, C. (2018). Integrating Food into Urban Planning (The Bartle). FAO I UCL.  https://www.ucl.ac.uk/bartlett/development/publications/2018/nov/integrating-food-urban-planning.
• Delgado, C. (Ed.). (2020a). Alimentar Boas Práticas: da Produção ao Consumo Sustentável 2020 [Feeding best practices: from production to sustainable consumption]. CICS.NOVA – FCSH – Universidade Nova de Lisboa. https://quercus.pt/2021/07/09/ebook-alimentar-boas-praticas/
• Delgado, C. (2020b). Local food policies – Their constraints and drivers: Insights from Portuguese Urban Agriculture initiatives. Moravian Geographical Reports, 28(3), 223–235. https://doi.org/10.2478/mgr-2020-0016.
• Delgado, C. (Ed.). (2021). Multiple policy entries for a sustainable food system in Portugal: overview, challenges and solutions. PPPJ. N.6.2. https://bit.ly/3UZz8km.
• FAO. (2019). The Milan Urban Food Policy Pact Monitoring Framework. https://www.milanurbanfoodpolicypact.org/resources/themilan- urban-food-policy-pact-monitoring-framework-handbook-and-resource-pack/

PROPINA

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Ver tabela em informações úteis.

docentes

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Cecília Delgado é urbanista, ativista e investigadora (Pós-Doutorada) em Políticas Públicas, na articulação entre o Ordenamento Territorial, Sistemas Alimentares Urbanos e o Desenvolvimento Local. É investigadora na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa e afiliada do CICS.NOVA, Centro Interdisciplinar de Ciências Sociais da UNL. No âmbito da sua investigação tem construído uma revisão crítica das políticas alimentares urbanas internacionais. A nível nacional tem colaborado com governos locais e organizações sem fins lucrativos. As suas publicações podem ser consultadas no site researchgate. É cofundadora da rede nacional Alimentar Cidades Sustentáveis (ACS), criada em 2018. Em 2020 coordenou o Ebook – Alimentar Boas Práticas: da produção ao consumo sustentável 2020, que reúne 46 iniciativas que ilustram a diversidade da cadeia alimentar em Portugal. Desenvolve um conjunto de atividades na rede ACS, tais como debates e divulgação de ciência.