Francisca Antunes: a alumna da NOVA FCSH e a sua participação no IndieLab
Francisca Antunes a apresentar "A minha raiva é underground" no IndieLisboa 2023

O IndieLab, programa de tutoria cinematográfica desenvolvido pelo Festival de Cinema Internacional IndieLisboa e pela NOVA FCSH, teve a sua primeira etapa a decorrer de 14 a 16 de março na Faculdade. Este primeiro momento permitiu aos e às participantes trabalhar a ideia inicial e a motivação dos seus projetos cinematográficos bem como desenvolver o ponto de vista, estrutura narrativa e a visão criativa dos filmes.

O grupo de participantes selecionados para o IndieLab 2024

Francisca Antunes, alumna do Mestrado em Ciências da Comunicação, foi a participante da comunidade da NOVA FCSH na iniciativa cujo primeiro momento foi ministrado pela cineasta e guionista Fernanda Polacow. A ex-estudante escreveu um testemunho sobre a experiência que publicamos na íntegra abaixo:

“Sou a Francisca, fui aluna da NOVA FCSH no mestrado de ciências da comunicação, depois de ter concluído a licenciatura em som e imagem na ESAD.CR. Tendo uma licenciatura completamente prática, muito centrada no desenvolvimento de projetos individuais de cinema, escolhi a NOVA FCSH pela sua vertente teórica. Já tinha começado a pesquisar sobre cinema lésbico e feminista e quis continuar essa pesquisa através dos ensaios que escrevi para cada unidade curricular.

Entretanto, talvez pela influência dessa pesquisa e de alguns filmes e cineastas, comecei a pensar sobre fazer um filme sobre lesbian longing. Um filme-ensaio ou filme híbrido como já tinha feito antes, um género que gosto de explorar por toda a sua potencialidade de trabalho em som, imagem e escrita, de forma mais experimental. Ainda estou a escrever os textos que vão compor Live, Laugh, Lesbian longing. A minha ideia partiu de uma imagem que começa quando imagino uma lésbica, numa livraria, a cruzar o olhar com outra lésbica atrás de um livro. O que acontece depois disso, sendo que elas não falam nem se conhecem? É essa força transformadora do desejo físico que pretendo explorar, a forma como o platónico pode ser tão importante para aprender sobre nós. Ou apenas para nos distrairmos da confusão em que vivemos.

Em relação ao IndieLab, vi nesta experiência a oportunidade perfeita para começar a trabalhar mais seriamente no projeto, principalmente por estar associada a um festival de que gosto e no qual participei com o meu filme de conclusão da licenciatura, A minha raiva é underground, em 2023. Apesar de estar a trabalhar num filme que exige um tipo de trabalho diferente de outros do laboratório, todas as iniciativas que reúnam mais cineastas, principalmente iniciantes, é uma mais-valia para qualquer trabalho, já que a troca é uma parte tão grande do trabalho em cinema. Como terminei a licenciatura há pouco tempo e estou habituada ao trabalho nas cadeiras de projeto e ao ambiente de partilha, tenho tentado aproveitar as oportunidades que surgem para fazer laboratórios ou residências, como fiz em 2023 no Queer Art Lab. Por isso, estou muito motivada para a próxima fase, em que vamos ter mais contacto com a indústria, no contexto do festival. Com a acreditação, também espero aproveitar para ver mais filmes que continuem a motivar o meu trabalho.”

Francisca Antunes

 

O IndieLab segue para a sua segunda etapa no decorrer do IndieLisboa, entre os dias 26 e 28 de maio. Para além de implicar uma próxima fase de desenvolvimento dos projetos, os candidatos selecionados também terão acesso a entrada livre nas várias sessões do festival. O IndieLisboa inicia-se a 23 de maio e tem a cerimónia de encerramento marcada para 2 de junho.