Os ensaios de Ossip Mandelstam — Uma apresentação

Sessão do Seminário Permanente de Estética e Filosofia da Arte (CultureLab/IFILNOVA) com Paula Carvalho (IFILNOVA)

Os ensaios sobre poesia e cultura de Ossip Mandelstam oferecem várias problematizações acerca da natureza da palavra, da linguagem, em particular acerca da concretude da linguagem como versa ao escrever que “o helenismo é um pote, uma tenaz de fogão, uma malga de leite, aprestos da casa, loiça, tudo o que rodeia o corpo” [Sobre a natureza da palavra]. A esta temática, outras reflexões nos interpelam como a tradição poética e a relação com os seus contemporâneos, o interlocutor do poeta e a formação — Bildung — de um self literário. Por outro lado, no Barulho do Tempo — a sua prosa autobiográfica onde “deseja falar […] acompanhando o século, do barulho e a germinação do tempo”— deparamo-nos com várias imagens de uma Petersburgo que desapareceu, nostalgia da cidade paradigmática da sua poesia. Entre os movimentos vanguardistas e a situação do poeta no tempo do “homem novo” da Revolução russa, procurar-se-á reunir alguns dos aspetos que assume a reflexão estética de Ossip Mandelstam, de molde a delinear in nuce uma fisionomia do poeta, que também foi ensaísta.

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