11
Nov
2019
Estado Novo: «políticos» versus «cientistas»?
António Oliveira Salazar com estudantes, 2 de Maio de 1969. (Fonte: Nationaal Archief)
Seminário
15:00 às 18:00
Campus de Campolide da NOVA — 1099-085 Lisboa

Seminário organizado pela linha temática “Histórias Conectadas: Construção do Estado, Movimentos Sociais e Economia Política“ do Instituto de História Contemporânea. Com Fernando Rosas (IHC — NOVA FCSH).

A abordagem “neutral”, apolítica e “cientificamente fundada” do passado fascista e estadonovista não se limita a ser uma questão de método. É uma opção pela reescrita normalizadora da história do regime em que ele é anulado enquanto categoria política e, portanto, enquanto tal, transfigurado numa antropologia de especificidades inseridas num tempo longo de continuidades resistentes a qualquer caracterização política. Assim se vai esbatendo a distinção, necessariamente política e ideológica, entre oprimidos e opressores. Com uma diferença: a natureza política dos opressores é normalizada pela diluição da centralidade das formas de opressão em especificidades que as relativizam ou anulam, enquanto que a luta política da resistência é considerada como artifício importado de tipologias estranhas à realidade. E dessa forma, tal como se passou no debate político italiano sobre a história do fascismo a partir dos anos 80, a fronteira entre compreensão e legitimação torna-se incerta. E esse é o problema. Melhor dizendo: essa é a questão que verdadeiramente divide os campos historiográficos sobre o Estado Novo.

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