ARBORICULTURA. Tratamento das fruteiras no inverno
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Título
ARBORICULTURA. Tratamento das fruteiras no inverno
Criador
S/ autor
Fonte
O Jornal de Cantanhede, n.º 605, pág. 2, col. 4, pág. 3, col. 1
Data
19-01-1901
Colaborador
Pedro Barros
Text Item Type Metadata
Text
Os nossos antigos assinantes hão-de achar estranho que todos os anos insistamos neste ponto: Limpem e desinfectem as árvores, se desejam ter bons frutos na próxima colheita.
Mas, querem que lhes falemos com franqueza? — É que nós sabemos bem que a maior parte dos lavradores que nos lêem os nossos conselhos, fazem o firme propósito de os seguir e depois… pelo hábito, deixam passar a época própria dos tratamentos, vão adiando, adiando, até que vem a primavera e já é tarde para executar um certo número de operações preventivas — as mais úteis — contra a grande quantidade de inimigos das nossas pomáceas e dos nossos pessegueiros.
Não esqueçam que muitos insectos que dificilmente se combatem na primavera e no verão, podem desde agora destruir-se, enquanto dura o inverno. É conhecida a prática de raspar a casca das árvores, sob a qual de ordinário estão abrigados ovos, larvas, e até certos insectos no estado perfeito, tais como o antónomo, esse terrível destruidor dos rebentos da pereira e da macieira.
Não basta, como já temos observado, raspar as árvores; é indispensável aparar em panos que se deitam em volta da árvore, no chão os detritos dessa raspagem, e queimá-los, pois com eles serão destruídos não só os ovos, larvas e insectos minúsculos, mas fungos parasitas.
E à raspagem deve seguir-se ainda outra operação, se se notarem na árvore musgos e bolores. Em tal caso — e o melhor é tomar isso como regra geral — caiam-se os troncos e braços grossos das árvores com leite de cal pouco espesso . Se os troncos apresentam lesões características do cancro, a cal é insuficiente; dê-se-lhes com uma solução de 1 e meio quilograma de sulfato de ferros em 10 litros de água.
Finalmente, se se trata de cochonilhas ou do pulgão lanígero da macieira ou do escudeiro das pereiras, todos insectos que se fixam na planta para lhes sugar a substância, em vez das matérias acima indicadas emprega-se isto: 1 quilo de sabão negro, desfeito em 10 litros de água e juntando-lhe 1 litro de petróleo, tudo bem batido, bem emulsionado, e aplicado depois com um pincel.
O sabão deve ser dissolvido na água quente; depois de desfeito e esfriada a água é que se lhe junta o petróleo. Quem dispuser de suco de tabaco, deve, para os casos graves, adicionar um quarto de litro desse suco (…)
(Da Gazeta das Aldeias)
Mas, querem que lhes falemos com franqueza? — É que nós sabemos bem que a maior parte dos lavradores que nos lêem os nossos conselhos, fazem o firme propósito de os seguir e depois… pelo hábito, deixam passar a época própria dos tratamentos, vão adiando, adiando, até que vem a primavera e já é tarde para executar um certo número de operações preventivas — as mais úteis — contra a grande quantidade de inimigos das nossas pomáceas e dos nossos pessegueiros.
Não esqueçam que muitos insectos que dificilmente se combatem na primavera e no verão, podem desde agora destruir-se, enquanto dura o inverno. É conhecida a prática de raspar a casca das árvores, sob a qual de ordinário estão abrigados ovos, larvas, e até certos insectos no estado perfeito, tais como o antónomo, esse terrível destruidor dos rebentos da pereira e da macieira.
Não basta, como já temos observado, raspar as árvores; é indispensável aparar em panos que se deitam em volta da árvore, no chão os detritos dessa raspagem, e queimá-los, pois com eles serão destruídos não só os ovos, larvas e insectos minúsculos, mas fungos parasitas.
E à raspagem deve seguir-se ainda outra operação, se se notarem na árvore musgos e bolores. Em tal caso — e o melhor é tomar isso como regra geral — caiam-se os troncos e braços grossos das árvores com leite de cal pouco espesso . Se os troncos apresentam lesões características do cancro, a cal é insuficiente; dê-se-lhes com uma solução de 1 e meio quilograma de sulfato de ferros em 10 litros de água.
Finalmente, se se trata de cochonilhas ou do pulgão lanígero da macieira ou do escudeiro das pereiras, todos insectos que se fixam na planta para lhes sugar a substância, em vez das matérias acima indicadas emprega-se isto: 1 quilo de sabão negro, desfeito em 10 litros de água e juntando-lhe 1 litro de petróleo, tudo bem batido, bem emulsionado, e aplicado depois com um pincel.
O sabão deve ser dissolvido na água quente; depois de desfeito e esfriada a água é que se lhe junta o petróleo. Quem dispuser de suco de tabaco, deve, para os casos graves, adicionar um quarto de litro desse suco (…)
(Da Gazeta das Aldeias)
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Citação
S/ autor, “ARBORICULTURA. Tratamento das fruteiras no inverno ”. In O Jornal de Cantanhede, n.º 605, pág. 2, col. 4, pág. 3, col. 1, 19-01-1901. Disponibilizado por: Pragas nos Periódicos, acedido 6 de Outubro de 2024, http://www.fcsh.unl.pt/pragasnosperiodicos/items/show/969.