SECÇÃO AGRÍCOLA. A LARANJEIRA
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Título
SECÇÃO AGRÍCOLA. A LARANJEIRA
Criador
Francisco M. M. d’Oliveira
Fonte
Jornal de Penafiel, 8º Ano, nº 91, p. 1.
Data
11-09-1894
Colaborador
Leonardo Aboim Pires
Text Item Type Metadata
Text
A laranja, excelente árvore frutífera cujo saboroso fruto é um dos nossos mais importantes artigos de comércio, tende a desaparecer dos nossos pomares, tal é a marcha destruidora da terrível moléstia, que tem devastado os laranjais, com incalculável prejuízo da nossa definhada agricultura.
Vários agrónomos, nos consta, se têm ocupado deste importante assunto, estudando o carácter da moléstia e o antídoto contra ela; muitas experiências e diferentes aplicações se têm feito para obstar à destruição dos laranjais, mas infelizmente, sem resultado algum, caminhando a moléstia no seu progredir incessante, e tornando improfícuos os cuidados do agricultor, até mesmo na plantação, visto que as árvores ainda novas são atacadas e secam, não restando ao agricultor mais que um completo desânimo e abandono desta boa fonte de receita.
Em vista, pois da sensível, e sempre crescente falta deste rendimento agrícola, pela destruição dos laranjais, vamos aconselhar aqui aos nossos agricultores o meio único conhecido e mais seguro para se reconstituir com vantagem essa importante fonte de receita, que esta quási extinta entre nós, e que se pode tornar florescente e de um verdadeiro interesse público.
A maneira de se reproduzir com segurança a excelente árvore de que tratamos, e reconstituir os laranjais, é por meio de sementeira, empregando semente de laranjeira azeda, única espécie que ainda até hoje não foi atacada.
Para prova do que avançamos, expomos à apreciação dos leitores os seguintes factos: tendo-nos secado a maior parte das laranjeiras e limoeiros, ainda não foi atacada nenhuma laranjeira de fruto azedo, bem das que o produzem deste e do doce, provando isto ser o tronco da qualidade do primeiro; e restando-nos um único limoeiro, que não fôra atacado, e que, por isso, estimávamos, caiu-lhe em cima uma cana de oliveira e quebrou-o, deixando-lhe apenas o tronco, que mandamos aparar para rebentar de novo; rebentou eficazmente, porém ficamos surpreendidos quando, nos novos rebentos, nos apareceu laranjeira de fruto azedo, prova de que fora enxertado nela o limoeiro. […]
(do Jornal de Horticultura Prática)
Vários agrónomos, nos consta, se têm ocupado deste importante assunto, estudando o carácter da moléstia e o antídoto contra ela; muitas experiências e diferentes aplicações se têm feito para obstar à destruição dos laranjais, mas infelizmente, sem resultado algum, caminhando a moléstia no seu progredir incessante, e tornando improfícuos os cuidados do agricultor, até mesmo na plantação, visto que as árvores ainda novas são atacadas e secam, não restando ao agricultor mais que um completo desânimo e abandono desta boa fonte de receita.
Em vista, pois da sensível, e sempre crescente falta deste rendimento agrícola, pela destruição dos laranjais, vamos aconselhar aqui aos nossos agricultores o meio único conhecido e mais seguro para se reconstituir com vantagem essa importante fonte de receita, que esta quási extinta entre nós, e que se pode tornar florescente e de um verdadeiro interesse público.
A maneira de se reproduzir com segurança a excelente árvore de que tratamos, e reconstituir os laranjais, é por meio de sementeira, empregando semente de laranjeira azeda, única espécie que ainda até hoje não foi atacada.
Para prova do que avançamos, expomos à apreciação dos leitores os seguintes factos: tendo-nos secado a maior parte das laranjeiras e limoeiros, ainda não foi atacada nenhuma laranjeira de fruto azedo, bem das que o produzem deste e do doce, provando isto ser o tronco da qualidade do primeiro; e restando-nos um único limoeiro, que não fôra atacado, e que, por isso, estimávamos, caiu-lhe em cima uma cana de oliveira e quebrou-o, deixando-lhe apenas o tronco, que mandamos aparar para rebentar de novo; rebentou eficazmente, porém ficamos surpreendidos quando, nos novos rebentos, nos apareceu laranjeira de fruto azedo, prova de que fora enxertado nela o limoeiro. […]
(do Jornal de Horticultura Prática)
Ficheiros
Colecção
Citação
Francisco M. M. d’Oliveira, “SECÇÃO AGRÍCOLA. A LARANJEIRA
”. In Jornal de Penafiel, 8º Ano, nº 91, p. 1., 11-09-1894. Disponibilizado por: Pragas nos Periódicos, acedido 9 de Outubro de 2024, http://www.fcsh.unl.pt/pragasnosperiodicos/items/show/481.
”. In Jornal de Penafiel, 8º Ano, nº 91, p. 1., 11-09-1894. Disponibilizado por: Pragas nos Periódicos, acedido 9 de Outubro de 2024, http://www.fcsh.unl.pt/pragasnosperiodicos/items/show/481.