Metodologia



Concretamente, a metodologia aplicada parte da análise de estudos de caso (de arco geográfico lato – África, Ásia, Oceânia e América) transformadas em novos destinos turísticos de memória, mas com um eixo geográfico preciso: S. Tomé e Príncipe, Moçambique, Quénia, Zanzibar, Mascate, Goa, Malaca, Macau, Japão, Timor e Brasil, cruzando-os com a dinâmica turística pós-colonial. Na prática, estes casos de estudo transformar-se-ão numa Rota Turística de Memória (Histórico-Colonial) Portuguesa cuja valência se articula em diálogo com cada um dos destinos inumerados, ou seja, de forma bilateral promovendo um intercâmbio cultural efetivo. É, portanto, uma Rota de Aliança que se define a partir de um processo bifocal e não unívoco com vista a um maior entendimento mútuo e de divulgação de uma história bipolar onde há convergência e fusão de conhecimento numa abrangência de culturas. Será este o aspeto inovador da pesquisa numa centralidade do estudo no império português que não deixará de contemplar universos geográficos paralelos com histórias imperiais análogas uma vez que partilham uma prática turística semelhante apresentando-se como um tema estruturante da cultura contemporânea.

Espacialmente, a metodologia parte da desconstrução de genealogias eurocêntricas – ou melhor, ocidentalocêntricas – uma vez que o pensamento pós-colonial restituiu a noção de pluralidade transfronteiriça. Daí se incluir um conjunto alargado de interlocutores/colaboradores (académicos e sociedade civil) recursos disciplinares e discursivos distintos, mas complementares (história, ciência política, geografia, antropologia, sociologia, cultura visual, e história das mentalidades), de credibilidade e fiabilidade comprovadas, desenhando e mediando uma realidade precisa, e dando resposta a um assunto que tem vindo marcar presença nas agendas políticas internacionais. Tudo isto se traduz num projeto pluri e inter disciplinar que visa cristalizar-se num saber trans e poli disciplinar.