Pragas nos Periódicos

MÍLDIO

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Título

MÍLDIO

Criador

S/autor

Fonte

O Manuelinho de Évora, Ano XIII, nº 641, p. 3.

Data

06-08-1893

Colaborador

Leonardo Aboim Pires

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Instruções para combater esta doença da vinha

(Continuado da edição complementar ao número 640)
PREPARAÇÃO DA CALDA BORDALESA E DAS MISTURAS PULVERULENTAS
A percentagem dos elementos que compõem a calda bordalesa tem variado muito. Uma das fórmulas que mais se recomendam é a seguinte:
Sulfato de cobre – 2 a 3 kilogramas
Cal gorda, em pedra – 1 a 1,5 kilogramas
Água – 100 litros
É simples o processo de preparar este remédio. Servem duas vasilhas quaisquer, uma, de madeira, com 95 litros de água e a outra com 5. Na primeira dissolve-se o sulfato de cobre, na segunda deita-se pouco a pouco a cal, mexendo-a bem para que a mistura saia homogénea.
Forma-se assim um leite de cal, que se vai lançando por pequenas porções na vasilha onde está o sulfato de cobre, mexendo sempre durante a operação. Da mistura das duas soluções resulta a calda bordalesa, por enquanto o melhor específico para o tratamento do míldio. Quando se deixa em descanso, forma-se um depósito abundante de substâncias sólidas.
Aplica-se, como já dissemos, por meio de pulverizadores; à falta destes, e se o número de videiras a tratar for muito limitado, pode mesmo servir uma vassoura pequena para borrifar.
Antes de empregar a calda é necessário agitá-la durante algum tempo, até que desapareça o depósito que se forma no fundo da vasilha.
Já hoje se falsifica muito o sulfato de cobre; é preciso que o viticultor se previna contra esta fraude.
No primeiro tratamento, empregando um pulverizador, são necessários cerca de 200 litros de calda por hectare; no segundo 400 a 500 litros e no terceiro 800 a 1000 litros.
As fórmulas mais generalizadas em que entra o sulfato de cobre em pó são as seguintes:
1ª – Pós sulfo-cúpricos
Flor de enxofre – 94 ou 96 kilogramas
Sulfato de cobre – 6 ou 4 kilogramas
Os dois componentes hão de ficar muito bem misturados, para que cada um deles entre nas devidas proporções quando se fizer o tratamento. Não é fácil misturá-los como se deseja; por isso está se hoje preferindo esta outra fórmula.
2ª – Pós de enxofre e cal cúprica
Enxofre – 73 kilogramas
Sulfato de cobre – 7 kilogramas
Cal gorda, em pedra – 20 kilogramas
Dissolve-se o sulfato de cobre na menor porção de água quente que for possível (10 a 12) litros e apaga-se a cal com esta solução muito concentrada.
A cal, assim extinta, deve formar um pó muito fino, carregado de sulfato de cobre, mas não se consegue este resultado se a cal ficar húmida; nesse caso é preciso levá-la ao calor brando de um forno para lhe tirar toda a humidade, em seguida mistura-se intimamente com o enxofre, que deve ser bem moído.
Os pós aplicam-se pelo mesmo processo que se aplica o enxofre para combater o oídio.

Ficheiros

Citação

S/autor, “MÍLDIO”. In O Manuelinho de Évora, Ano XIII, nº 641, p. 3., 06-08-1893. Disponibilizado por: Pragas nos Periódicos, acedido 8 de Maio de 2024, http://www.fcsh.unl.pt/pragasnosperiodicos/items/show/1435.

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