AOS VITICULTORES
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Título
AOS VITICULTORES
Criador
S/autor
Fonte
O Manuelinho de Évora, Ano II, nº 88, p. 3.
Data
26-09-1882
Colaborador
Leonardo Aboim Pires
Text Item Type Metadata
Text
Dos meios de a empregar contra a filoxera
2º - Combater energicamente os pequenos focos ou nódoas filoxéricas com o intuito de exterminar neles o inseto.
Para com probabilidade de êxito, se poder recorrer a este meio é preciso que em uma dada região o mal tenha proporções muito limitadas, pois de outra forma, pode considerar-se profícuo, por ser quási impossível o extermínio de um inseto microscópico, que se reproduz por um modo progressivamente assombroso. Além disso, os processos denominados de extinção são extremamente caros, e visando exterminar o inseto tem de com ele exterminar também as videiras atacadas.
De todas as nações invadidas pelo parasita, é a Suíça aquela que tem em maior escalda empregado os processos de extinção. Devemos, porém, notar que o mal aí começou mais cedo a ser energicamente combatido, e tem por isso ainda hoje proporções muito restritas comparativamente com as que apresenta em Portugal.
[…]
É porém forçoso confessar que, apesar destes esforços heróicos, o extermínio do parasita ainda se não conseguiu, obtendo-se apenas como único resultado retardar os progressos da doença e salvaguardar os interesses vinícolas de mais alguns anos.
Entre nós, na região do Douro, tem-se seguido outro sistema mais económico e não menos seguro. Cortam-se as cepas até à profundidade de um decímetro abaixo do solo, juntam-se no centro da nódoa e queimam-se; depois, se o terreno tem pouca humidade, rega-se, bate-se a maço e injeta-se com uma forte dose de sulfureto de carbone em quantidade de 50 a 100 gramas por metro quadrado. Passados 5 ou 6 dias injeta-se de novo com o sulfureto.
Este sistema não tem dado resultados inferiores aos da Suíça, e, apesar de caro, é muito mais económico e seguro, por isso que o arranque das raízes nunca pode ser perfeito, e pode dar em resultado trazer para a superfície insetos que possam estar enterrados viriam a sucumbir com os vapores do inseticida.
[…]
(Da Verdade)
(Continua)
2º - Combater energicamente os pequenos focos ou nódoas filoxéricas com o intuito de exterminar neles o inseto.
Para com probabilidade de êxito, se poder recorrer a este meio é preciso que em uma dada região o mal tenha proporções muito limitadas, pois de outra forma, pode considerar-se profícuo, por ser quási impossível o extermínio de um inseto microscópico, que se reproduz por um modo progressivamente assombroso. Além disso, os processos denominados de extinção são extremamente caros, e visando exterminar o inseto tem de com ele exterminar também as videiras atacadas.
De todas as nações invadidas pelo parasita, é a Suíça aquela que tem em maior escalda empregado os processos de extinção. Devemos, porém, notar que o mal aí começou mais cedo a ser energicamente combatido, e tem por isso ainda hoje proporções muito restritas comparativamente com as que apresenta em Portugal.
[…]
É porém forçoso confessar que, apesar destes esforços heróicos, o extermínio do parasita ainda se não conseguiu, obtendo-se apenas como único resultado retardar os progressos da doença e salvaguardar os interesses vinícolas de mais alguns anos.
Entre nós, na região do Douro, tem-se seguido outro sistema mais económico e não menos seguro. Cortam-se as cepas até à profundidade de um decímetro abaixo do solo, juntam-se no centro da nódoa e queimam-se; depois, se o terreno tem pouca humidade, rega-se, bate-se a maço e injeta-se com uma forte dose de sulfureto de carbone em quantidade de 50 a 100 gramas por metro quadrado. Passados 5 ou 6 dias injeta-se de novo com o sulfureto.
Este sistema não tem dado resultados inferiores aos da Suíça, e, apesar de caro, é muito mais económico e seguro, por isso que o arranque das raízes nunca pode ser perfeito, e pode dar em resultado trazer para a superfície insetos que possam estar enterrados viriam a sucumbir com os vapores do inseticida.
[…]
(Da Verdade)
(Continua)
Ficheiros
Colecção
Citação
S/autor, “AOS VITICULTORES”. In O Manuelinho de Évora, Ano II, nº 88, p. 3., 26-09-1882. Disponibilizado por: Pragas nos Periódicos, acedido 3 de Maio de 2024, http://www.fcsh.unl.pt/pragasnosperiodicos/items/show/1367.