Pragas nos Periódicos

ASSUNTOS AGRÍCOLAS

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Título

ASSUNTOS AGRÍCOLAS

Criador

João Policarpo Freire de Campos

Fonte

Danião de Goes, 11º Ano, nº 557, p. 2.

Data

30-08-1896

Colaborador

Leonardo Aboim Pires

Text Item Type Metadata

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Sob este título demos aqui notícia dos bons resultados obtidos pelo dr. Menudier, com o tratamento aconselhado pelo dr. Rassignier para combater a clorose das vinhas.
Hoje somos obrigados a dar conta aos nossos leitores dos resultados, também obtidos pelo sr. C. Louet, com o mesmo tratamento, para assim, com os resultados práticos já conhecidos, melhor poderem regularizar as experiências que neste sentido queiram fazer.
Diz o sr. Louet, em carta dirigida ao Journal d’Agriculture Pratique, de 13 do corrente, que a caiação feita às cepas, logo depois da poda d’Inverno, executada nas condições referidas no nosso artigo de 9 do corrente, no nº 554, com a solução de sulfato de ferro na proporção de 50%, isto é, 50 de sulfato para 100 de água, é de uma grande e evidente eficacidade, no entanto deu-se com ela um facto que é preciso elucidar.
Refere aquele viticultor que uma grande parte das suas vinhas é franco-americana, sobre Riparia, em terreno argiloso-calcário e de subsolo impermeável; que ao terceiro ano, em 1894, muitas cepas se mostravam cloróticas, e que no ano seguinte, em 1895, toda ela se achava atacada ao ponto dele ter já deliberado arranca-la e substitui-la por nova plantação.
Lembrou-se, porém, empregar o tratamento aconselhado pelo dr. Rassignier, para ver se por ele conseguia salvar a vinha, e, em tão boa ocasião o fez, que a vinha se restabeleceu, exibindo-se mais forte e vigorosa, de boa e verde vegetação, e mostrando uma bonita e proporcionada produção.
Há, porém, como dizem já, um senão, que convém esclarecer para se remediar ou antes prevenir-se.
A vegetação das varas novas, isto é, das da poda, é excelente; mas os botões do tronco principal da cepa e mesmo os do talão, que se deixou como fiador, esses foram um pouco morosos no seu desabrochar, ao ponto do sr. Louet julgar comprometida a poda do ano seguinte.
Felizmente não aconteceu assim, porque mais tarde a vegetação animou-se, ainda que deixasse muito a desejar.
A que atribuir semelhante facto? O sr. Louet explica-o da seguinte maneira:
As varas da poda e todas as do ano, tendo a casca com uma superfície lida, não receberam, pela caiação, mais de que uma quantidade conveniente e salutar de sulfato de ferro; mas o tronco principal da cepa, tendo uma superfície rugosa, cuja casca é mais ou menos gretada e levantada em diferentes pontos, retiveram maior quantidade daquele sal, produzindo o mau efeito que mencionamos.
Não nos parece que seja para admirar que a solução, no estado concentrado em que se emprega, produza, por uma ação demasiada adstringente sobre os tecidos da planta, ou mesmo irritante, aqueles maus efeitos.
Evita-se, portanto, este inconveniente, aliviando-se mais a dose ou a caiação sobre o tronco principal da cepa.

Ficheiros

Colecção

Citação

João Policarpo Freire de Campos, “ASSUNTOS AGRÍCOLAS”. In Danião de Goes, 11º Ano, nº 557, p. 2., 30-08-1896. Disponibilizado por: Pragas nos Periódicos, acedido 3 de Maio de 2024, http://www.fcsh.unl.pt/pragasnosperiodicos/items/show/1224.

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