A LOMBRIGA TERRESTRE
Dublin Core
Título
A LOMBRIGA TERRESTRE
Criador
S/ autor
Fonte
O Jornal de Cantanhede, n.º 439, pág. 2, col. 3, 4, pág. 3, col. 1
Data
13-11-1897
Colaborador
Pedro Barros
Text Item Type Metadata
Text
O lombricus terrestris, que vem a ser o verme conhecidíssimo pelo nome de minhoca, é ou não é prejudicial à agricultura? Em geral — não conhecemos mesmo excepção — os nossos lavradores matam implacavelmente quantos animais desta espécie encontram. Ou os consideram inúteis, e os destroem pela simples repugnância que lhes inspiram, ou os julgam inimigos das culturas, e com mais fundamento os esmagam.
E no entanto, já muitos agrónomos nos têm dito e redito longe de prejudicarem, esses vermes arejam o solo à custa das galerias que abrem, que trazem à superfície os princípios fertilizantes arrastados pelas águas para as camadas inferiores, sob a forma de um húmus fino, absorvendo a humidade, auxiliando a nitrificação, possuindo o valor de um verdadeiro adubo.
Efectivamente a lombriga terrestre alimenta-se de detritos de substâncias animais e vegetais mortas, cuja decomposição ela activa e cuja assimilação pelas raízes das plantas ela facilita. O que se lhe pode assacar é o defeito grave de ser um agente de transporte, para a superfície dos gérmenes microbianos ou esporos que, provenientes de animais mortos de carbúnculo, enterrados superficialmente, se desenvolveriam na erva dos pastos e poderiam transmitir aos animais as moléstias carbunculosas.
Mas é bem fácil evitar esse perigo, queimando incinerando completamente os cadáveres dos animais contaminados, ou enterrá-los muito fundo, cercando-os de uma camada de cal viva.
E como estas precauções devem ser sempre seguidas, não haverá dúvidas em proclamar o lombricus terrestres, a perseguida minhoca, um nosso auxiliar.
Para não deixar dúvidas sobre a questão, o ilustre professor de Munique, o Sr. Wolny, acaba de praticar uma série de experiências culturais numa dupla série de caixas de vegetação, estando essas duas séries colocadas em idênticas condições e diferindo apenas pela circunstância de que uma delas estava abundantemente fornecida de minhocas, enquanto que a outra nem sombra destes vermes continha. As conclusões a que aquele professor chegou confirmam que eles prestam realmente bons serviços à agricultura.
(Da Gazeta das Aldeias)
E no entanto, já muitos agrónomos nos têm dito e redito longe de prejudicarem, esses vermes arejam o solo à custa das galerias que abrem, que trazem à superfície os princípios fertilizantes arrastados pelas águas para as camadas inferiores, sob a forma de um húmus fino, absorvendo a humidade, auxiliando a nitrificação, possuindo o valor de um verdadeiro adubo.
Efectivamente a lombriga terrestre alimenta-se de detritos de substâncias animais e vegetais mortas, cuja decomposição ela activa e cuja assimilação pelas raízes das plantas ela facilita. O que se lhe pode assacar é o defeito grave de ser um agente de transporte, para a superfície dos gérmenes microbianos ou esporos que, provenientes de animais mortos de carbúnculo, enterrados superficialmente, se desenvolveriam na erva dos pastos e poderiam transmitir aos animais as moléstias carbunculosas.
Mas é bem fácil evitar esse perigo, queimando incinerando completamente os cadáveres dos animais contaminados, ou enterrá-los muito fundo, cercando-os de uma camada de cal viva.
E como estas precauções devem ser sempre seguidas, não haverá dúvidas em proclamar o lombricus terrestres, a perseguida minhoca, um nosso auxiliar.
Para não deixar dúvidas sobre a questão, o ilustre professor de Munique, o Sr. Wolny, acaba de praticar uma série de experiências culturais numa dupla série de caixas de vegetação, estando essas duas séries colocadas em idênticas condições e diferindo apenas pela circunstância de que uma delas estava abundantemente fornecida de minhocas, enquanto que a outra nem sombra destes vermes continha. As conclusões a que aquele professor chegou confirmam que eles prestam realmente bons serviços à agricultura.
(Da Gazeta das Aldeias)
Ficheiros
Colecção
Citação
S/ autor, “A LOMBRIGA TERRESTRE ”. In O Jornal de Cantanhede, n.º 439, pág. 2, col. 3, 4, pág. 3, col. 1 , 13-11-1897. Disponibilizado por: Pragas nos Periódicos, acedido 29 de Abril de 2024, http://www.fcsh.unl.pt/pragasnosperiodicos/items/show/1152.