Gafanhotos
Dublin Core
Título
Gafanhotos
Criador
S/autor
Fonte
O Elvense, 22º Ano, nº 2193, p. 1.
Data
27-04-1902
Colaborador
Leonardo Aboim Pires
Text Item Type Metadata
Text
Continua em alguns concelhos do distrito a faina da extinção dos gafanhotos, chegando o número de arrobas apanhadas a uma cifra que espanta.
Os particulares são os que, na maior parte, têm trabalhado para este resultado; do governo pouco se espera, sendo gerais os clamores que estrugem de toda a parte contra a sua inércia.
Do nosso prezado colega o Jornal, transcrevemos uma informação de Elvas que bem mostra a verdade do que afirmamos.
Ei-la:
«A demora do auxílio dos braços pedidos ao ministério da guerra está causando no concelho de Elvas, onde a praga dos acrídios é assustadora e se desenvolve assombrosamente, um cataclismo, cuja responsabilidade caberá ao governo, se este não providenciar imediatamente.
Os gafanhotos neste concelho e no de Campo Maior, se o governo não mandar pessoal suficiente e em breves dias, para auxílio dos agricultores, terão brevemente invadido todo o terreno cultivado, e, quando tenham atingindo o estado de alados, irão devastar no resto do país ainda não contaminado, vinhedos, searas e hortas, fazendo a postura e incubação nos terrenos hoje livres e limpos.
Consequentemente, urge tratar-se a sério de combater os focos atuais sem perda de tempo, e, como acima digo, o governo assume enorme responsabilidade, se, em vez de providências enérgicas, continuar com paliativos, dizendo que vai mandar soldados e os não fornecer de pronto, a exemplo do que está fazendo o governo espanhol na província de Badajoz, porque nesta região há falta de braços.
É pois tempo que os srs. ministros socorram imediatamente os agricultores do distrito de Portalegre com as providências que estes lhe têm pedido, apara amanhã se furtarem às queixas que o país inteiro com justiça lhes lançará, se permanecerem inertes».
Os particulares são os que, na maior parte, têm trabalhado para este resultado; do governo pouco se espera, sendo gerais os clamores que estrugem de toda a parte contra a sua inércia.
Do nosso prezado colega o Jornal, transcrevemos uma informação de Elvas que bem mostra a verdade do que afirmamos.
Ei-la:
«A demora do auxílio dos braços pedidos ao ministério da guerra está causando no concelho de Elvas, onde a praga dos acrídios é assustadora e se desenvolve assombrosamente, um cataclismo, cuja responsabilidade caberá ao governo, se este não providenciar imediatamente.
Os gafanhotos neste concelho e no de Campo Maior, se o governo não mandar pessoal suficiente e em breves dias, para auxílio dos agricultores, terão brevemente invadido todo o terreno cultivado, e, quando tenham atingindo o estado de alados, irão devastar no resto do país ainda não contaminado, vinhedos, searas e hortas, fazendo a postura e incubação nos terrenos hoje livres e limpos.
Consequentemente, urge tratar-se a sério de combater os focos atuais sem perda de tempo, e, como acima digo, o governo assume enorme responsabilidade, se, em vez de providências enérgicas, continuar com paliativos, dizendo que vai mandar soldados e os não fornecer de pronto, a exemplo do que está fazendo o governo espanhol na província de Badajoz, porque nesta região há falta de braços.
É pois tempo que os srs. ministros socorram imediatamente os agricultores do distrito de Portalegre com as providências que estes lhe têm pedido, apara amanhã se furtarem às queixas que o país inteiro com justiça lhes lançará, se permanecerem inertes».
Ficheiros
Colecção
Citação
S/autor, “Gafanhotos”. In O Elvense, 22º Ano, nº 2193, p. 1., 27-04-1902. Disponibilizado por: Pragas nos Periódicos, acedido 3 de Outubro de 2024, http://www.fcsh.unl.pt/pragasnosperiodicos/items/show/801.