SECÇÃO AGRÍCOLA
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Título
SECÇÃO AGRÍCOLA
Criador
Francisco Machado
Fonte
Damião de Goes, 27º Ano, nº 1370, p. 1.
Data
24-03-1912
Colaborador
Leonardo Aboim Pires
Text Item Type Metadata
Text
O acidente mais vulgar e mais perigoso na cultura do trigo é a acama. E porque os estragos que causa são grandes, convém conhecer a sua proveniência e as maneiras de a combater.
Como causas são conhecidas as seguintes: as primaveras quentes e húmidas, durante as quais o sol se conserve sempre encoberto; a falta de equilíbrio entre os diversos adubos postos à disposição da planta; as sementeiras muito bastas; a falta de mobilização de solo; a escolha de certas variedades propensas a este acidente e sobretudo o excesso de azoto.
Por qualquer deste motivos o trigo cresce demasiado, de forma que os tecidos formados muito depressa são moles e sem consistência, a luz não penetra até baixo, de forma que a parte inferior fica mais fraca que a superior e daí a acama que se produz geralmente quando o trigo está a espigar.
A acama pode ser espontânea ou acidental, isto é, causada pela chuva ou vento, mas de qualquer das formas os resultados são péssimos.
Impedida a seiva de circular, o bago mirra e o rendimento torna-se nulo.
A importância deste acidente diminui tanto mais quanto mais tarde aparece. Com efeito, próximo da ceifa a acama não prejudica o trigo porque nessa época o grão só recebe os princípios armazenados nas folhas e colmos.
Para evitar este flagelo aconselha-se: primeiro o emprego de adubos fosfatados em alta dose, 600 a 800 kilos por hectare, sementeiras ralas e a escolha das variedades mais resistentes.
Quanto à desponta, bastante usada e aconselhada por alguns autores, ainda se não sabe se é benéfica ou não. Experiências realizadas na Itália deram lugar às seguintes conclusões que extratamos da Agricultura: 1º - o trigo despontado fica mais fraco e acama mais facilmente; 2º - o trigo despontado retarda a maturação e fica mais sujeito aos ataques da ferrugem; 3º - o trigo despontado produz menos trigo e menos palha.
Quem terá razão?
Como causas são conhecidas as seguintes: as primaveras quentes e húmidas, durante as quais o sol se conserve sempre encoberto; a falta de equilíbrio entre os diversos adubos postos à disposição da planta; as sementeiras muito bastas; a falta de mobilização de solo; a escolha de certas variedades propensas a este acidente e sobretudo o excesso de azoto.
Por qualquer deste motivos o trigo cresce demasiado, de forma que os tecidos formados muito depressa são moles e sem consistência, a luz não penetra até baixo, de forma que a parte inferior fica mais fraca que a superior e daí a acama que se produz geralmente quando o trigo está a espigar.
A acama pode ser espontânea ou acidental, isto é, causada pela chuva ou vento, mas de qualquer das formas os resultados são péssimos.
Impedida a seiva de circular, o bago mirra e o rendimento torna-se nulo.
A importância deste acidente diminui tanto mais quanto mais tarde aparece. Com efeito, próximo da ceifa a acama não prejudica o trigo porque nessa época o grão só recebe os princípios armazenados nas folhas e colmos.
Para evitar este flagelo aconselha-se: primeiro o emprego de adubos fosfatados em alta dose, 600 a 800 kilos por hectare, sementeiras ralas e a escolha das variedades mais resistentes.
Quanto à desponta, bastante usada e aconselhada por alguns autores, ainda se não sabe se é benéfica ou não. Experiências realizadas na Itália deram lugar às seguintes conclusões que extratamos da Agricultura: 1º - o trigo despontado fica mais fraco e acama mais facilmente; 2º - o trigo despontado retarda a maturação e fica mais sujeito aos ataques da ferrugem; 3º - o trigo despontado produz menos trigo e menos palha.
Quem terá razão?
Ficheiros
Colecção
Citação
Francisco Machado, “SECÇÃO AGRÍCOLA”. In Damião de Goes, 27º Ano, nº 1370, p. 1., 24-03-1912. Disponibilizado por: Pragas nos Periódicos, acedido 6 de Dezembro de 2024, http://www.fcsh.unl.pt/pragasnosperiodicos/items/show/1350.