Protecção aos pássaros
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Título
Protecção aos pássaros
Criador
Franz Burmester.
Fonte
O Jornal de Cantanhede, n.º 1041, pág. 3, col. 1, 2
Data
29-05-1909
Colaborador
Pedro Barros
Text Item Type Metadata
Text
Atendendo à grande perseguição que infelizmente se faz em Portugal aos passarinhos, mal este que está enraizado profundamente entre a rapaziada dos campos, que nas avezinhas costuma ver um inimigo ou um brinquedo, quando elas nos prestam muitos bons serviços, vem de, molde transcrever o que um jornal alemão há pouco expôs sobre o assunto:
«Um lavrador na Inglaterra fez um cálculo sobre o proveito que os pássaros trazem à lavoura e à horticultura: — Cada ninho, assim, contra ele, tem em média cinco passarinhos, os quais, durante quatro ou cinco semanas, isto é, durante o tempo em que são alimentados pelos pais, comem em cada dia uns cinquenta vermes, moscas, ou outros insectos. Supondo-se que a sua criação dure um mês, teremos 1500 bichos destruídos por cada ninhada. Supondo-se mais que cada bicho na sua vida pode destruir uma só maçã, pêra, pêssego, ameixa ou outra fruta, chegamos à conclusão de que o lavrador ou horticultor, graças ao trabalho de uma só família de pássaros, colheria mais 5000 frutos».
Este cálculo fica muito abaixo da verdade, porque insectos há que produzem muito maior estrago do que supõe; assim, há uma pequena mosca que ataca os botões dos crisântemos, inutilizando-os, e já se verificou que uma destas moscas, em um só dia, picou 60 botões dessas flores, acarretando assim grandes prejuízos.
Pois o passarinho, além de embelezar a natureza, recreando o homem com o seu canto e dando-lhe gozo com a sua plumagem, pelo bem que faz destruindo a bicharia, é bem digno da nossa estima e protecção. Os padres, nas suas missas aos domingos, assim o deviam ensinar.
Porto.
«Um lavrador na Inglaterra fez um cálculo sobre o proveito que os pássaros trazem à lavoura e à horticultura: — Cada ninho, assim, contra ele, tem em média cinco passarinhos, os quais, durante quatro ou cinco semanas, isto é, durante o tempo em que são alimentados pelos pais, comem em cada dia uns cinquenta vermes, moscas, ou outros insectos. Supondo-se que a sua criação dure um mês, teremos 1500 bichos destruídos por cada ninhada. Supondo-se mais que cada bicho na sua vida pode destruir uma só maçã, pêra, pêssego, ameixa ou outra fruta, chegamos à conclusão de que o lavrador ou horticultor, graças ao trabalho de uma só família de pássaros, colheria mais 5000 frutos».
Este cálculo fica muito abaixo da verdade, porque insectos há que produzem muito maior estrago do que supõe; assim, há uma pequena mosca que ataca os botões dos crisântemos, inutilizando-os, e já se verificou que uma destas moscas, em um só dia, picou 60 botões dessas flores, acarretando assim grandes prejuízos.
Pois o passarinho, além de embelezar a natureza, recreando o homem com o seu canto e dando-lhe gozo com a sua plumagem, pelo bem que faz destruindo a bicharia, é bem digno da nossa estima e protecção. Os padres, nas suas missas aos domingos, assim o deviam ensinar.
Porto.
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Colecção
Citação
Franz Burmester. , “Protecção aos pássaros”. In O Jornal de Cantanhede, n.º 1041, pág. 3, col. 1, 2, 29-05-1909. Disponibilizado por: Pragas nos Periódicos, acedido 15 de Outubro de 2024, http://www.fcsh.unl.pt/pragasnosperiodicos/items/show/1164.