PRÁTICAS VITÍCOLAS
A EMPA
Dublin Core
Título
PRÁTICAS VITÍCOLAS
A EMPA
A EMPA
Criador
A. Arthur Telles de Menezes, Agrónomo e Professor da Escola de Viticultura, Alexandre de Seabra
Fonte
O Jornal de Cantanhede, n.º 458, pág. 1, col. 4, pág. 2, col. 1, 2, 3
Data
26-03-1898
Colaborador
Pedro Barros
Text Item Type Metadata
Text
Muitos, não ignorando a razão de ser desta importante operação vitícola, julgam ter feito tudo desde que determinaram uma diminuição do vigor vegetativo dos ramos, e portanto uma tendência maior a produzir frutos, gemendo e recurvando as varas desta ou daquela forma, contanto que se afastem da posição vertical.
Julgamos importantíssimo não atender só a estes conhecimentos fundamentais da empa mas também à conservação e à forma especial que ela possa determinar na cepa.
Aqui, por exemplo, na região da Bairrada onde escrevemos, são três os sistemas gerais da empa, desde há muito seguidos: Na empa, em chouriça a vara é gemida em argola, indo a extremidade livre atar sobre a cepa mãe. Se em lugar de atar sobre a capa mãe se emprega um tutor onde é ainda a extremidade livre da vara, a empa diz-se de palmatoria. Se a vara não é arqueada em argola, mas apenas toma a posição horizontal ou oblíqua, indo atar a vara a um tutor posto ao lado da cepa, a empa diz-se de cavalo à rédea.
Todos estes sistemas satisfazem aos conhecimentos gerais em que se baseia a empa; todavia os dois primeiros têm dado em resultado um aumento notável de cepa velha de ano para ano, e ficarem as videiras altas, esgrouviadas, contorcidas, cheias de cicatrizes e podridão no lenho velho. E isto explica-se facilmente.
Nos referidos sistemas de empa, como em geral em todas as empas em argola, a melhor vara de vinho aparece geralmente na parte superior da argola. De forma que metade desta, é conservada na cepa em cada ano, aumentando consideravelmente o lenho velho. Assim dos três sistemas o preferível é o do cavalo à rédea, sendo só lamentável que alguns ainda não deixem o talão ou espera para a vara do ano seguinte, como é normal no Douro.
(…)
Na Bairrada empregam-se muito os tutores de pinheiro e as canoas. Os primeiros, não obstante são economicamente os mais vantajosos. Devem, porém, ser previamente sulfatados, e tirados todos os anos da terra, sendo recolhidos sob um abrigo, ou, se ficam no campo, colocados obliquamente uns contra os outros, com as pontas para cima. Conservam-se assim muitos anos em bom estado.
(…)
Julgamos importantíssimo não atender só a estes conhecimentos fundamentais da empa mas também à conservação e à forma especial que ela possa determinar na cepa.
Aqui, por exemplo, na região da Bairrada onde escrevemos, são três os sistemas gerais da empa, desde há muito seguidos: Na empa, em chouriça a vara é gemida em argola, indo a extremidade livre atar sobre a cepa mãe. Se em lugar de atar sobre a capa mãe se emprega um tutor onde é ainda a extremidade livre da vara, a empa diz-se de palmatoria. Se a vara não é arqueada em argola, mas apenas toma a posição horizontal ou oblíqua, indo atar a vara a um tutor posto ao lado da cepa, a empa diz-se de cavalo à rédea.
Todos estes sistemas satisfazem aos conhecimentos gerais em que se baseia a empa; todavia os dois primeiros têm dado em resultado um aumento notável de cepa velha de ano para ano, e ficarem as videiras altas, esgrouviadas, contorcidas, cheias de cicatrizes e podridão no lenho velho. E isto explica-se facilmente.
Nos referidos sistemas de empa, como em geral em todas as empas em argola, a melhor vara de vinho aparece geralmente na parte superior da argola. De forma que metade desta, é conservada na cepa em cada ano, aumentando consideravelmente o lenho velho. Assim dos três sistemas o preferível é o do cavalo à rédea, sendo só lamentável que alguns ainda não deixem o talão ou espera para a vara do ano seguinte, como é normal no Douro.
(…)
Na Bairrada empregam-se muito os tutores de pinheiro e as canoas. Os primeiros, não obstante são economicamente os mais vantajosos. Devem, porém, ser previamente sulfatados, e tirados todos os anos da terra, sendo recolhidos sob um abrigo, ou, se ficam no campo, colocados obliquamente uns contra os outros, com as pontas para cima. Conservam-se assim muitos anos em bom estado.
(…)
Ficheiros
Colecção
Citação
A. Arthur Telles de Menezes, Agrónomo e Professor da Escola de Viticultura, Alexandre de Seabra, “PRÁTICAS VITÍCOLAS
A EMPA
”. In O Jornal de Cantanhede, n.º 458, pág. 1, col. 4, pág. 2, col. 1, 2, 3, 26-03-1898 . Disponibilizado por: Pragas nos Periódicos, acedido 4 de Outubro de 2024, http://www.fcsh.unl.pt/pragasnosperiodicos/items/show/1154.
A EMPA
”. In O Jornal de Cantanhede, n.º 458, pág. 1, col. 4, pág. 2, col. 1, 2, 3, 26-03-1898 . Disponibilizado por: Pragas nos Periódicos, acedido 4 de Outubro de 2024, http://www.fcsh.unl.pt/pragasnosperiodicos/items/show/1154.