30
Ago
Data: 30 Ago a 9 Set 2023
Horário: 30 e 31 de agosto e 1, 4, 5 e 7 de setembro das 17h30 às 19h30 | 6 e 8 de setembro das 17h30 às 20h00 | 9 de setembro das 9h00 às 13h00 e das 14h30 às 18h30
Duração: 25h | 2 ECTS
Morada: NOVA FCSH |
Área: História, Património e Cultura
Docente responsável: João Luís Fontes
Docente: Ana Cláudia Silveira
Docente: Ana Patrícia Alho
Docente: Gonçalo Miguel Correia Melo da Silva
Docente: José Marcelino Castanheira
Docente: Renato Neves
Docente: Rodrigo Dias
Docente: R. Bruno Matos
Acreditação pelo CCPFC: Não
Ensino presencial e a distância (streaming)
Este curso vai ser lecionado na modalidade de Ensino presencial e a distância (streaming)

 

Objetivos

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  • Reconhecer a relevância da gestão dos recursos hídricos na modelação das paisagens rurais e urbanas na transição da Idade Média para a modernidade;
  • Identificar os principais equipamentos urbanos relacionados com o abastecimento e gestão hidráulica;
  • Integrar a gestão de recursos hídricos com o desenvolvimento técnico e económico no período considerado e com a afirmação de práticas e representações sociais;
  • Sensibilizar para a relevância da salvaguarda dos testemunhos históricos e patrimoniais associados à gestão da água;
  • Promover uma perspetiva multidisciplinar no estudo da temática abordada;
  • Dominar metodologias de seleção e análise de fontes medievais que habilitem o estudante para a preparação de materiais didáticos.

 

Programa

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Módulo 1

Introdução sobre a gestão de recursos hídricos na transição da época medieval para a moderna.

1. Apresentação do curso, do plano de trabalho e metodologia seguida, bem como da bibliografia selecionada;
2. Enquadramento historiográfico;
3. Diversidade de problemáticas associadas ao estudo da gestão de recursos hídricos nos séculos XIV-XVI;
4. Potencialidades inerentes à investigação multidisciplinar da temática e possibilidades de aplicação à didática da história e à sensibilização para a salvaguarda patrimonial;
5. Tipologia de fontes disponíveis: apresentação de exemplos selecionados.

Módulo 2

Estruturas e equipamentos de abastecimento hidráulico nos espaços urbanos na transição da Idade Média para a Idade Moderna.

6. A água na organização do espaço urbano;
7. Tipologias de equipamentos de abastecimento hidráulico nas cidades;
8. A regulamentação associada ao uso da água em espaços urbanos;
9. Rituais e representações políticas associadas à utilização e gestão da água.

Módulo 3

A gestão hidráulica na organização de espaços monásticos.

10. O fluxo da água e a sua gestão em conjuntos edificados;
11. Estudos de caso: Mosteiro da Batalha e Palácio Nacional de Mafra;
12. Conservação e restauro do património hidráulico.

Módulo 4

A água no quotidiano de espaços palacianos: elemento de produção e marca de projeção social.

13. Os quatro rios do Paraíso e o jardim do Éden;
14. Captação, condução, armazenamento e distribuição;
15. Espaços de produção de regadio e de recreio;
16. Desenho, tipologias e exemplos.

Módulo 5

Viver da água: pesca e extração de sal.

17. Águas marítimas e águas fluviais: as especificidades dos territórios de pesca;
18. As espécies piscícolas;
19. As artes e métodos de pesca;
20. A produção de sal no território português;
21. As especificidades dos diferentes salgados: a Figueira da Foz como caso de estudo;
22. A preservação patrimonial de uma atividade ancestral: potencialidades e desafios.

Módulo 6

A água como fonte de energia.

23. A tecnologia da água: para uma tipologia de equipamentos hidráulicos;
24. Equipamentos de moagem: diversidade de usos e soluções;
25. A especificidade dos moinhos de maré: o caso português;
26. Técnica, Arquitetura e Paisagem: as azenhas do Rio Ave como caso de estudo.

Módulo 7

Gestão de aquíferos, hidráulica agrícola e organização do território: o estudo do Paul de Lagos como exemplo de uma intervenção ambiental tardomedieval.

27. Compreender a importância das zonas húmidas na economia das vilas e cidades do litoral no período medieval;
28. Conhecer as estratégias dos poderes, sobretudo da Coroa, e dos agentes para promover a rentabilização socioeconómica destes espaços;
29. Compreender a utilização das zonas húmidas para o abastecimento de água potável e víveres à comunidade urbana e desenvolvimento das atividades moageiras.

Atividade final

Visita de estudo para consolidação da aprendizagem, sensibilização para metodologias de levantamento e salvaguarda de património e síntese final.

 

Bibliografia

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  • Agua y Poder en la Castilla Bajomedieval. El papel del agua en el ejercicio del poder concejil a fines de la Edad Media, Valladolid, Junta de Castilla y León, 2003.
  • Estudos de Hidráulica Monumental: circuitos e equipamentos da água, ed. Ana Patrícia Alho e Joana Balsa de Pinho, Câmara Municipal de Odivelas, 2022.
  • Sels et Salines de l’Europe atlantique, dir. Loïc Ménanteau, Rennes, Presses Universitaires de Rennes, 2018.
  • SILVEIRA, Ana Cláudia, “Les moulins à marée du Portugal (XIIIe-XVIIIe siècles): une ressource énergétique pour les expéditions maritimes” in Sous le Soleil. Systèmes et transitions énergétiques du Moyen Âge à nos jours, ed. Charles-François Mathis et Geneviève Massard-Guilbaud, Paris, Éditions de la Sorbonne, pp. 63-78.
  • Vivir del Agua en las Ciudades Medievales, coord. Maria Isabel del Val Valdivieso, Valladolid, Universidad de Valladolid, 2006.

 

requisitos prévios

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O trabalho de avaliação, para quem pretenda realizá-lo, consiste na elaboração de um recurso didático cujo suporte ficará à escolha do formando (ficha de trabalho, apresentação de diapositivos, guião de visita de estudo, vídeo, jogo didático…), o qual se deverá reportar a um ou mais elementos patrimoniais relacionados com a temática da formação e procurará incorporar e aplicar parte dos conteúdos lecionados a um caso específico, especificando o contexto da respetiva utilização (nível de ensino, unidade curricular, objetivos a alcançar e metodologia a seguir).

 

PROPINA

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Ver tabela em informações úteis.

 

docentes

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Ana Cláudia Silveira é doutora em História Medieval com a tese Setúbal, um Pólo de poder da Ordem Militar de Santiago no final da Idade Média (NOVA FCSH, 2022). É investigadora integrada no Instituto de Estudos Medievais (NOVA FCSH). Membro da Cátedra UNESCO “O Património Cultural dos Oceanos”, coordenada pelo CHAM – Centro de Humanidades (NOVA FCSH). Professora profissionalizada no ensino secundário e formadora, exerceu funções como técnica superior no Ecomuseu Municipal do Seixal, onde promoveu investigação e projetos expositivos relativos ao Moinho de Maré de Corroios e outros aspetos da história e património locais. Coordenou o projeto internacional “Moinhos de Maré do Ocidente Europeu”, financiado pelo Programa Cultura 2000. É técnica superior na administração pública, integrando um organismo na área da cultura. Tem publicado diversos artigos sobre a evolução dos espaços litorais e gestão dos respetivos recursos, incluindo a edificação de moinhos de maré e a produção de sal, e sobre gestão territorial e organização topográfica de espaços urbanos, tendo-lhe sido atribuídos alguns prémios científicos.

Ana Patrícia Alho licenciou-se em História (Universidade Lusíada) no ano de 2004, obteve o grau de Mestre em Arte, Património e Restauro (FLUL) em 2008 e o grau de Doutor na mesma área científica e faculdade no ano de 2016. Autora da obra “As Gárgulas no Mosteiro de Santa Maria da Vitória. Função e Forma”. Participou em vários Congressos, Seminários e Encontros, desde o ano de 2010, tanto nacionais como internacionais, nos quais publicou vários artigos científicos. Investigadora responsável do Projeto AquaMafra (FCG – 2017). Coordenadora do Gabinete de Estudos: “História, Arte e Cultura da Água” pertencente ao CLEPUL. Investigadora colaboradora no ARTIS-FLUL e CLEPUL.

Gonçalo Miguel Correia Melo da Silva é investigador contratado no Instituto de Estudos Medievais (IEM) da NOVA FCSH, instituição na qual realizou a sua licenciatura, mestrado e doutoramento. Este incidiu sobre as vilas e cidades portuárias do Algarve (1249-1521). Desde 2021, que desenvolve o projeto MEDDOCS no IEM, destinado sobretudo à edição digital de documentos municipais medievais. As suas áreas de investigação são a História Medieval, História Urbana, História Marítima e Humanidades Digitais, tendo organizado e publicado, sozinho e em parceria, vários estudos e encontros científicos nestas áreas. Participou/participa em vários projetos nacionais e internacionais nestes domínios, sendo atualmente CO-PI do projeto “Think big on small frontier towns: Alto Alentejo and Alta Extremadura leonesa (13th-16th centuries)”, financiado pela FCT. Realizou estâncias de investigação nas Universidades da Cantábria (2016, 2019) e de Leiden (2016).

José Marcelino Castanheira é mestre em História e Patrimónios pela Universidade do Algarve, é doutorando em Estudos do Património pela mesma Universidade, com uma dissertação sobre A Pesca no Algarve do século XVIII. Publicou A Pesca no Algarve Medieval (2021) e tem participado em encontros e conferências na região, sobretudo junto das comunidades piscatórias, colaborando ainda regularmente na imprensa regional. É o atual Presidente da Direção da APOS – Associação para a Defesa e Valorização do Património Cultural e Ambiental de Olhão, além de membro dos Órgãos Sociais da seguradora cooperativa Mútua dos Pescadores.

Renato Neves foi técnico do Instituto de Conservação da Natureza, entre 1982 e 2000, na Divisão de Investigação e Estudos Ecológicos, desenvolvendo trabalhos de monitorização de aves e habitats por todo o país, em especial nas principais zonas húmidas e lagunares, estudando em particular as salinas, quer em termos da sua inventariação global, quer da sua importância ornitológica, daí tendo resultado diversas publicações e recomendações de gestão para Áreas Protegidas. Desde 2000 é sócio-gerente da Mãe d’água, Consultoria Técnica em Áreas de Interesse Natural, coordenando vários projetos europeus relacionados com salinas – Projetos ALAS, SAL (INTERREG IIIB) e ECOSAL-ATLANTIS (INTER IV-B).

Rodrigo Dias é arquiteto paisagista, com um percurso de 40 anos de urbanista, investigador, ensaísta e autor no âmbito das Quintas de recreio, tendo publicado livros e vários artigos em revistas. Percursor e investigador do Plano setecentista da Quinta de Recreio do Marquês de Pombal na vila de Oeiras. Coordenador das obras de recuperação do Jardim da Cascata e Quinta Real de Caxias (séc. XVIII) no âmbito do Ano Europeu dos Jardins Históricos (1993). Investigador desde 2012 na Universidade Lusíada de Lisboa – Centro de Investigação CITAD- PI Estejo – financiado pela FCT. Colaborador e ex-candidato a PhD na Universidade de Delft (Holanda) com o projeto “Portuguese Historic Gardens-Quintas de Recreio” (Methodology – Research by Design, Prof. Clemens Steenbergen).

R. Bruno Matos é arquiteto, (FAAUL, 2003) e Mestre em Metodologias de Intervenção no Património Arquitetónico (FAUP, 2012). Colabora como investigador no grupo PACT-CEAU-FAUP desde 2012. Frequenta o Programa de Doutoramento em Arquitetura no perfil “Património Arquitetónico”, (FAUP, 2012). É autor do livro e comissário da exposição itinerante “Património à prova de água…”, promovida pelo Gabinete do Património Cultural da C. M. de Vila Nova de Famalicão. Coordenou a realização das I Jornadas Ibéricas de Molinologia coorganizadas pela C. M. de Lousada e CEAU-FAUP. É autor de diversos artigos na área da molinologia, participa frequentemente em congressos nacionais e internacionais, bem como, em iniciativas de sensibilização sobre o património molinológico em colaboração com Câmaras Municipais e Associações. Atualmente desenvolve diversos projetos de intervenção no património molinológico. É membro associado da TIMS – The International Molinological
Society, da ACEM – Asociación para la Conservación y Estudio de los Molinos e da RPM – Rede Portuguesa de Molinologia.

  • Centro Luís Krus – Formação ao Longo da Vida
  • Cursos da Escola de Verão (EV)