27
Out
2020
Re-montar o arquivo – Ciclo de projecções e atelier/Inscrições abertas
@ "Avó (Muidumbe), Raquel Schefer , 2009, Portugal-França.
Visionamento
10:00 às 16:30 (27 a 30 Out 2020)
NOVA FCSH - Colégio Almada Negreiros, Campus de Campolide

O ICNOVA e o Grupo de Investigação CM&A organizam, já no final de outubro, um atelier especializado no uso de imagens de arquivo no cinema, partindo das reflexões em torno do cinema revolucionário moçambicano. Este evento conta ainda, com a colaboração do projeto de investigação Photo Impulse que tem vindo a estudar o arquivo fílmico colonial das missões geográficas e antropológicas. 

A proposta e orientação das sessões  é da investigadora Raquel Schefer, cineasta e especialista em cinema revolucionário moçambicano.

Atelier: Re-montar o arquivo familiar

Duração: 9 horas repartidas em 3 dias

O título do atelier evoca a polissemia do verbo “remontar”: reorganizar através do processo de montagem e “volver muito atrás no passado”, segundo o Dicionário Priberam da Língua Portuguesa. Em Temps et récit, 3Le temps raconté, Paul Ricœur pergunta-se: “remontar os vestígios do passado não equivale a tornar os acontecimentos pretéritos contemporâneos dos seus próprios vestígios?”.

Este atelier teórico-prático combina uma reflexão crítica sobre os processos de apropriação de imagens de arquivo familiares, um panorama pelas práticas de found-footage na história do cinema e uma componente de realização. Partindo do processo de criação dos meus filmes, os documentários experimentais Avó (Muidumbe) e Nshajo (O Jogo), concebidos com imagens de arquivo familiares coloniais, procurar-se-á definir as noções de “arquivo familiar”, de “arquivo colonial e de “arquivo anti-colonial” e pensar as suas intersecções. Os participantes serão introduzidos nos procedimentos de apropriação de material de arquivo e convidados a esboçar o projeto de um filme com arquivos familiares fotográficos e/ou cinematográficos. 

Ciclo de projeções: cinema revolucionário moçambicano

 

O programa deste ciclo será distribuído durante o atelier.

Horário:

Terça-feira, 27 de outubro, 10:00- 13:00 (atelier) e das 14:30-16:30 (mostra de filmes)

Quarta-feira, 28 de outubro, 10:00-13:00 (atelier)

Quinta-feira, 29 de outubro, 10:00-13:00 (mostra de filmes)

Sexta-feira, 30 de outubro,  10:00- 13:00 (atelier) e das 14:30-16:30 (mostra de filmes)

 

Esta atividade é dirigida à comunidade académica da FCSH e ao público em geral. A frequência é gratuita mas exige inscrição prévia. Limite máximo de 12 participantes no atelier. Na mostra de filmes revolucionários moçambicanos depende da lotação recomendada para a sala. Todas as medidas de segurança da DGS deverão ser observados por cada um/a.

Os participantes do atelier deverão ter disponibilidade para seguir a totalidade das sessões, uma vez que será proposto a elaboração prática de um pequeno filme/exercício de montagem. Para o efeito cada participante deve trazer o seu computador portátil e ter já noções de edição num qualquer programa de edição.

 

Inscrições para os emails:

icnova@fcsh.unl.pt e photoimpulse@fcsh.unl.pt

 

Biografia de Raquel Schefer
Raquel Schefer é investigadora, realizadora e programadora e docente na Universidade Sorbonne Nouvelle — Paris 3. Doutorada em Estudos Cinematográficos e Audiovisuais pela Universidade Sorbonne Nouvelle — Paris 3 com uma tese dedicada ao cinema revolucionário moçambicano, é mestre em Cinema Documental pela Universidad del Cine de Buenos Aires e licenciada em Ciências da Comunicação pela Universidade Nova de Lisboa. Publicou a obra El Autorretrato en el Documental (2008) na Argentina, bem como diversos capítulos de livros e artigos em Portugal e no estrangeiro. Foi Professora Assistente na Universidade Grenoble Alpes, docente nas Universidades Paris Est – Marne-la-Vallée, Rennes 2, na Universidad del Cine de Buenos Aires e na Universidad de la Comunicación, na Cidade do México, e investigadora convidada na Universidade da Califórnia, Los Angeles. É bolseira de pós-doutoramento da FCT no CEC/Universidade de Lisboa e na Universidade de Western Cape, onde realizou uma estada de investigação, e co-editora da revista de teoria e história do cinema La Furia Umana. Recebeu, entre outras distinções, o Prémio de Apoio à Investigação e à Criação do Institut pour la Photographie (França) juntamente com Catarina Boieiro. Foi responsável por ateliers teórico-práticos em diversos países, tais como Brasil, França, México e Moçambique.