Mostra Bibliográfica “A ‘espantosa realidade’ da História” | José Mattoso
A Biblioteca Nacional de Portugal (BNP), em parceria com o Instituto de Estudos Medievais (IEM), apresenta ao público uma mostra bibliográfica de obras do Professor José Mattoso. Sob o título “A ‘espantosa realidade’ da História”, incluem-se alguns dos marcos mais relevantes da sua vasta produção escrita.
A mostra, que pode ser vista na Área de Referência da BNP, ao Campo Grande, Lisboa, foi inaugurada a 10 de julho, na semana em que passou um ano sobre a morte do autor, membro fundador do IEM.
A exposição ficará patente até 12 de outubro.
Transcrição da folha de sala da mostra:
“José Mattoso teve um decisivo papel na renovação da historiografia portuguesa da segunda metade do século XX e do início deste século. Medievalista consagrado, é praticamente unânime considerar-se que existe um antes e um depois a partir da sua obra sobre a formação do reino português, sobre a História Social, Política, Cultural e Religiosa do Portugal da Idade Média. Em livros como Ricos-Homens, Infanções e Cavaleiros. A Nobreza Medieval Portuguesa nos Séculos XI e XII (1982), Identificação de um País. Ensaio Sobre as Origens de Portugal. 1096-1325 (1985) ou nos vários capítulos da História de Portugal que dirigiu para o Círculo de Leitores (1992), apresenta-nos uma revisão geral do processo de formação e consolidação do reino de Portugal como entidade política independente, no extremo Ocidental da Hispânia medieva.
A presente mostra bibliográfica está organizada em quatro núcleos: “Erudição”, “Novas Interpretações”, “Divulgação e Intervenção” e “Sínteses”. Incluem-se alguns dos marcos mais relevantes de uma vasta obra, desde as teses de licenciatura e doutoramento que apresentou na Universidade Católica de Lovaina, Bélgica, respetivamente L’Abbaye de Pendorada des Origines à 1160 (1960) e le Monachisme Ibérique et Cluny. Les Monastères de la Diocèse de Porto de l’An Mille à 1200 (1966), até às últimas publicações saídas ainda em vida do Autor. Além da História Medieval, contemplam-se também obras de reflexão acerca da disciplina que cultivou, como as coletâneas A Escrita da História. Teoria e Métodos (1988) e A História Contemplativa. Ensaio (2020), ou ainda sobre Arquivística, área a que deu igualmente grande atenção, sobretudo enquanto Presidente do Instituto Português de Arquivos (1988-1990), Director do Instituto dos Arquivos Nacionais/Torre do Tombo (1996-1998) e na ação que desenvolveu durante a estadia em Timor Leste, com vista à criação do Arquivo Nacional daquele jovem país.
A importância da sua obra como investigador e como professor na Faculdade de Letras de Lisboa e na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa foi reconhecida com a atribuição de numerosas distinções científicas e culturais, entre as quais se destaca o primeiro Prémio Pessoa, em 1987″.