Pragas nos Periódicos

VIDEIRAS. Corte das raízes dos garfos

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Título

VIDEIRAS. Corte das raízes dos garfos

Criador

Palma de Vilhena

Fonte

O Jornal de Cantanhede, n.º 854, pág. 3, col. 1

Data

28-10-1905

Colaborador

Pedro Barros

Text Item Type Metadata

Text

Vulgarizadas, como são já na actualidade, as plantações com videiras americanas, como mais seguro e infalível meio de resistência à invasão filoxérica, que infelizmente dia a dia se propaga em todas as regiões vitícolas do país, são oportunas todas as indicações ou esclarecimentos que tenham por fim evitar os insucessos derivados do errado aproveitamento de tão útil e valiosíssimo recurso. Ordinariamente não se preocupa o viticultor com a altura a que deve ser feita a enxertia. O estado de desenvolvimento dos cavalos americanos é o único regulador desta importantíssima operação cultural. Daí provém que a maior parte dos enxertos ficam ligados em plano inferior à superfície do terreno em que a plantação foi feita. Deste facto deriva a sucessiva formação das raízes dos garfos e, quando não sejam postos em prática os necessários cuidados no corte dessas raízes, é daí consequente a morte dos cavalos americanos, ficando as videiras nacionais constituindo cepas de pé franco e, portanto, sujeitas aos estragos da invasão filoxérica. Não há muitos dias ainda que numa propriedade, onde fizemos um reconhecimento filoxérico, encontramos enxertos sobre videiras americanas, em completa decadência pelos estragos desta doença, feitos nas raízes dos garfos, únicas que estavam servindo à sustentação dessas plantas. Deverá, pois, o viticultor bem orientado, mandar efectuar a enxertia em plano superior ao da superfície do solo e quando antes do arrasamento da terra que deixa as soldaduras fora do seu contacto, se tenham formado algumas raízes nos garfos, deverá proceder-se ao seu corte fazendo, porém, tal operação por duas ou Ires vezes e com espaços de tempo não inferiores a 15 dias nem superiores a 20, para que se evite o desequilíbrio da vegetação dos enxertos, que ordinariamente provém do corte dessas raízes, quando ela é feita de uma só vez.
Porto.

Ficheiros

Citação

Palma de Vilhena, “VIDEIRAS. Corte das raízes dos garfos ”. In O Jornal de Cantanhede, n.º 854, pág. 3, col. 1 , 28-10-1905. Disponibilizado por: Pragas nos Periódicos, acedido 6 de Maio de 2024, http://www.fcsh.unl.pt/pragasnosperiodicos/items/show/999.

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