Pragas nos Periódicos

PELA AGRICULTURA

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Título

PELA AGRICULTURA

Criador

S/autor

Fonte

Damião de Goes, Ano 7º, nº 361, p. 2.

Data

27-11-1892

Colaborador

Leonardo Aboim Pires

Text Item Type Metadata

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[…] M. Alfredo Rousslet, distinto agrónomo francês, acaba de publicar um curioso trabalho sobre os parasitas da vinha. Esta obra, destinada às escolas primárias, insere o desenho fiel dos principais parasitas, animais ou vegetais, que, em cada ano, tão importantes prejuízos causam nas vinhas. Cada gravura é acompanhada de uma nota muito explicita e instrutiva. Desse livro destacamos a descrição dos seguintes parasitas:

O OIDIUM

O oídio, vulgarmente denominado doença da vinha, apresenta-se sob a forma de tortulhos, que exalam um cheiro semelhante a bafio. Estes tortulhos aparecem sobre todas as partes verdes da cepa; mas é no fruto que eles principalmente exercem a sua ação exterminadora. Com efeito, logo que o bago é aprisionado pelo terrível inimigo, comprime-se e rebenta. É sob a influência da humidade e principalmente sob a do calor que o oídio se desenvolve.
Combate-se facilmente essa afeção com o enxofre, que é necessário aplicar desde que o mal se manifesta.
É geralmente conveniente repetir o tratamento durante o curso do estio.
Destruindo o oídio, o enxofre ativa a vegetação da vinha.

O MÍLDIO

Este tortulho é muito mais mortífero que o oídio; e se não se prevenir a sua germinação por meio de aplicações cúpricas (das quais a melhor é a calda bordalesa açucarada, composta de sulfato de cobre, cal e melaço na dose de 2 kilos de cada uma destas substâncias por 100 litros de água) produz tais estragos que não comente se perde a colheita mas ainda advém a morte da cepa. Deve fazer-se pelo menos quatro aspersões cúpricas em cada ano e nas épocas seguintes: fins de Maio e Junho, começos de Agosto e Setembro e logo, depois das vindimas nas regiões meridionais. Fim de Junho, meio de Julho, fins de Agosto e Outubro em seguida às vindimas nas regiões centrais.
Uma folha mildewsada reveste-se, na sua face inferior e por manchas, de um pó semelhante a açúcar pilé, enquanto que nódoas correspondentes, a principio de cor amarela, depois vermelha e por fim violeta-escuro se manifestam na face superior.
O tronco mildewsado toma uma cor escura e cobre-se de eflorescências esbranquiçadas. O bago mildewsado passa, segundo as castas, por cores diversas: encarquilha-se, seca e cai.
Aplicam-se as soluções cúpricas por meio de um pulverizador.

Ficheiros

Colecção

Citação

S/autor, “PELA AGRICULTURA”. In Damião de Goes, Ano 7º, nº 361, p. 2., 27-11-1892. Disponibilizado por: Pragas nos Periódicos, acedido 16 de Maio de 2024, http://www.fcsh.unl.pt/pragasnosperiodicos/items/show/941.

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