PELA AGRICULTURA

PELA AGRICULTURA

S/autor

Damião de Goes, Ano 7º, nº 342, p. 2.

17-07-1892

Leonardo Aboim Pires

Levaram-se a efeitos curiosas experiências no sentido de obviar as contrariedades determinadas pelas chuvas em seguida à realização do tratamento empregado contra o phytophtora infestans – moléstia das batatas – por meio de diversas composições cúpricas, e em geral a calda bordalesa. […]
Das experiências, que se realizaram com o mais escrupuloso cuidado e a prática de processos próprios e especiais para conduzir a uma solução segura, constatou-se:
1º - Que as composições cúpricas designadas para combater a doença têm faculdades de aderência muito diferentes;
2º - Que é sob a ação das chuvas violentas especialmente, que o cobre desaparece em parte;
3º - Que entre outras composições, aquela que mais diminui é a calda cupro-calcária, chamada calda bordalesa, não produzindo melhoria sensível a adição de compostos aluminosos;
4º - Que a calda cupro-sódica, por um lado, e a calda de verdete por outro, têm faculdade de aderência quási em dobro da que possuem as outras caldas, distinguindo-se sobre todas a calda cupro-calcária açucarada pela força com que resiste à ação das chuvas.
*
São conhecidos por todos os agricultores os estragos que as formigas produzem nas eiras, tornando-se necessário o emprego de venenos tendentes a exterminá-las, com os quais se despende algumas importâncias.
Como a ocasião é azada, visto que estamos no período das debulhas, lembramos aos nossos leitores uma receita simplíssima, que tem dados os melhores resultados e não traz a menor despesa.
Consiste em introduzir nos formigueiros um pedaço de rama de tomateiro. Nada mais simples. As formigas desnorteiam-se completamente e abandonam a sua tarefa, consistente em arrebatar o lavrador alguns alqueires de trigo.
Nada se perde em praticar a operação, e portanto convém experimentá-la.