A moléstia das batatas
Dublin Core
Título
A moléstia das batatas
Criador
Tomás de Bettencourt
Fonte
O Fayalense, pp. 316-317.
Data
30-12-1857
Colaborador
Leonardo Aboim Pires
Text Item Type Metadata
Text
Dr. J.A. Botelho Andrade.
Meu prezadíssimo amo
Com muita satisfação li o seu mui bem redigido artigo sobre a moléstia das batatas, inserto no nº 39 deste acreditado semanário, e como V. me pede a minha opinião, vou gostoso apresentar-lhe resumida; cumprindo-me agradecer a confiança que lhe mereço, filha na verdade da sua amizade, e não de certo modo do meu fraco saber.
A moléstia das batatas manifestou-se na Europa no ano de 1844 e rapidamente tomou uma prodigiosa intensidade, agredindo sucessivamente a Alemanha, Bélgica, Holanda, França, Inglaterra, Irlanda, Rússia, etc. passando infelizmente a estas ilhas do Faial, e Pico em 1846; mas onde tem feito maiores estragos é na Irlanda, julgando-se devido à humidade do seu clima.
A perda de um alimento, que tanto influi na subsistência pública, pois era sem dúvida o pão das classes menos abastadas, e que ainda não tem sido possível igualmente substituir, suscitou desde logo a atenção e estudo de todas as corporações científicas de toda a Europa, e imediatamente se propuseram avultados prémios ao que apresentasse o meio de destruir tal calamidade; não constam porém ainda esses prémios fossem conferidos: não julgue contudo que tem sido inúteis, e baldados tantos estudos feitos; pelo contrario tem eles resultado o conhecimento de regras e preceitos inerentes à escolha e preparação do terreno, da semente, dos estrumes e dos amanhos agrícolas, cuja execução algumas vezes tem dado salvação de muitas colheitas […]
Meu prezadíssimo amo
Com muita satisfação li o seu mui bem redigido artigo sobre a moléstia das batatas, inserto no nº 39 deste acreditado semanário, e como V. me pede a minha opinião, vou gostoso apresentar-lhe resumida; cumprindo-me agradecer a confiança que lhe mereço, filha na verdade da sua amizade, e não de certo modo do meu fraco saber.
A moléstia das batatas manifestou-se na Europa no ano de 1844 e rapidamente tomou uma prodigiosa intensidade, agredindo sucessivamente a Alemanha, Bélgica, Holanda, França, Inglaterra, Irlanda, Rússia, etc. passando infelizmente a estas ilhas do Faial, e Pico em 1846; mas onde tem feito maiores estragos é na Irlanda, julgando-se devido à humidade do seu clima.
A perda de um alimento, que tanto influi na subsistência pública, pois era sem dúvida o pão das classes menos abastadas, e que ainda não tem sido possível igualmente substituir, suscitou desde logo a atenção e estudo de todas as corporações científicas de toda a Europa, e imediatamente se propuseram avultados prémios ao que apresentasse o meio de destruir tal calamidade; não constam porém ainda esses prémios fossem conferidos: não julgue contudo que tem sido inúteis, e baldados tantos estudos feitos; pelo contrario tem eles resultado o conhecimento de regras e preceitos inerentes à escolha e preparação do terreno, da semente, dos estrumes e dos amanhos agrícolas, cuja execução algumas vezes tem dado salvação de muitas colheitas […]
Ficheiros
Colecção
Citação
Tomás de Bettencourt, “A moléstia das batatas”. In O Fayalense, pp. 316-317., 30-12-1857. Disponibilizado por: Pragas nos Periódicos, acedido 3 de Maio de 2024, http://www.fcsh.unl.pt/pragasnosperiodicos/items/show/68.