SECÇÃO AGRÍCOLA.
VITICULTURA

SECÇÃO AGRÍCOLA.
VITICULTURA

Arnaldo Coelho

Jornal de Penafiel, 13º Ano, nº 54, p. 1

05-05-1899

Leonardo Aboim Pires

Conselhos de ocasião
[…] Assim que as lagartas das álticas começaram a aparecer tiram-se com cuidado as folhas da base das videiras a que elas estão aderentes. Como a invasão começa no solo, havendo o cuidado de arrancar as primeiras folhas e aniquilar as lagartas que carregam, atenua-se muito a invasão do pequeno mas incisivamente nocivo coleóptero.
Quando os gribouris aparecem no estado perfeito sobre as folhas é bom fazê-lo caçar pelas galinhas e patos que bastante os apreciam e buscam.
Deve merecer atenção a Pyrale e a Cochilis, dispondo-se tudo para a enérgica caça a tão daninhos lepidópteros. Mas o que urge é proceder-se ao primeiro tratamento contra o míldio, o oídio e a antracnose.

Como é sabido o oídio combate-se com polvilhações de enxofre, o míldio com pulverizações de calda bordalesa e a antracnose por meio de uma mistura de enxofre sublimado ou precipitando- se cal viva em pó impalpável.

Quando os rebentos das videiras têm 8 a 10 centímetros é que se faz a primeira enxofra. se aparecem as lesões da antracnose, repete-se esta aplicação misturando-se ao enxofre proporções de cal mais ou menos fortes (1 quinto a 4 quintos); os tratamentos de calda bordalesa forte (5 kilos de sulfato de cobre e 12 de cal gorda) têm dado também bons resultados contra a antracnose.

Quinze dias após o primeiro tratamento deve fazer-se um segundo e outros quinze dias depois um terceiro.

Nos intervalos faz-se tratamentos contra o míldio, o oídio e os rots. […]


(«Jornal Hortícolo-Agrícola»)