Pragas nos Periódicos

Como se combatem alguns inimigos das plantas

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Título

Como se combatem alguns inimigos das plantas

Criador

Júlio A. Henrique, Lente da Universidade do Coimbra

Fonte

O Jornal de Cantanhede, n.º 764, - 06-02-1904 – pág. 2, col. 2,3

Data

06-02-1904

Colaborador

Pedro Barros

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É bem conhecido o facto de muitas plantas sofrerem moléstias graves, que por vezes as matam e quase sempre inutilizam os frutos por completo. É o que todos os dias se observa nos batatais, na videira, nas favas e em muitas outras plantas. São essas moléstias devidas a certas plantas de pequenas, que sobre aquelas se implantam e vivem absorvendo os alimentos que elas preparam e destruindo mesmo. Essas pequenas plantas, de organização bastante semelhante à dos bolores, que se desenvolvem sobre as matérias alimentícias, tais como o pão, a carne, os doces, etc., reproduzem-se por pequeníssimos corpos, que podem germinar na terra ou sobre as plantas. Para evitar a invasão ou a propagação desses parasitas há hoje meios conhecidos e que todo o lavrador deve empregar. Todos têm por base os sais de cobre, tais são a caparrosa azul e o verdete. Para evitar a ferrugem do trigo, mergulham-se as sementes num banho formado de caparrosa azul (100 litros de água e 1 kilo de caparrosa) pouco antes de se lançarem à terra. Combate-se o míldio da vinha com a calda bordelesa, cuja composição é já bem conhecida. Esta mesma calda produz bom efeito para combater a moléstia dos batatais. Experiências feitas em Inglaterra por um especialista muito distinto, indicaram o modo certo de livrar completamente de serem atacados os tomateiros, as abóboras e outras plantas. Os tomateiros foram borrifados de três em três dias com um soluto de 28 gramas de caparrosa azul em 22 litros de água. Passadas as primeiras seis semanas, o tratamento foi feito de quatro em quatro dias com um soluto de 28 gramas em 16 litros de água. A aspersão deste líquido pôde ser feita com qualquer pulverizador, e convém regar bem a terra em que estiverem as plantas com o mesmo soluto, para se destruir qualquer germe de parasitas, que lá se encontre. Os solutos de caparrosa podem ser úteis no tratamento de variadas plantas; mas é essencial determinar para cada uma a dose de caparrosa que não lhes cause dano.

Ficheiros

Citação

Júlio A. Henrique, Lente da Universidade do Coimbra, “Como se combatem alguns inimigos das plantas”. In O Jornal de Cantanhede, n.º 764, - 06-02-1904 – pág. 2, col. 2,3 , 06-02-1904. Disponibilizado por: Pragas nos Periódicos, acedido 2 de Maio de 2024, http://www.fcsh.unl.pt/pragasnosperiodicos/items/show/518.

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