Pragas nos Periódicos

QUESTÃO VINÍCOLA

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Título

QUESTÃO VINÍCOLA

Criador

S/ autor

Fonte

O Jornal de Cantanhede, n.º 46, pág. 2, col. 1,2,3,4

Data

04-05-1890

Colaborador

Pedro Barros

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Durante o ano de 1889 houve 684 sindicatos subsidiados. Esses sindicatos compreendiam 21887 proprietários, com 23922 hectares de vinhas, para os quais o subsídio se eleva a 25 francos por hectare. É exclusivamente nas regiões onde a propriedade se acha, como entre nós, extremamente dividida, que estas associações se mantêm e se desenvolvem. Já nos departamentos de grande e média cultura, como a Gironde ou o Heraultl, cessaram quase de existir, por estar concluída a sua obra de defesa colectiva; cada qual luta agora com seus próprios recursos. O governo protege estas associações com a maior solicitude. No próprio dia, em que escrevo estas linhas, publica o Jornal oficial o regulamento de administração publica para a formação dos sindicatos autorizados pela lei de 15 de Dezembro de 1888. Incluso tenho a honra de remeter a v. Ex.ª este interessante documento. Mas não se limita a isto a acção do estado. Além dos subsídios que, já fornecidos pelo governo, sobre os fundos para tal fim votados pelo parlamento, já concedidos pelos municípios sobre os seus próprios recursos, auxiliam o viticultor na sua obra de defesa, encontra este uma protecção eficaz na lei de 1 de Dezembro de 1887, que exonera, durante quatro anos, do imposto territorial, os terrenos novamente plantados ou replantados de vinhas, nos departamentos infestados pelo parasita. Em 1888 o benefício desta lei estendia-se a 4270 comunas, para 321:335 parcelas de vinhedos, formando uma superfície de 108396 hectares, e representou uma diminuição de 1.599.417 francos nos encargos gerais da propriedade. Além desta importante soma o estado despendeu francos 1.119.000 no serviço geral da filoxera. Não ignoro o que entre nós têm feito os poderes públicos em favor da viticultura. Sei que é muito, mas que deve ser mais ainda. Todo o auxílio oficial que se prestar a esta desventurada indústria agrícola será um dia pago pelo cêntuplo. E, já que toco neste ponto, tomo a liberdade de sugerir ao governo a adopção de uma medida que seria sem dúvida acolhida com satisfação por todos os viticultores. E no fundo uma coisa bem insignificante, mas às vezes deriva mais resultado prático de uma pequena modificação de detalhe do que de uma larga e complexa reforma. Eis aqui o que eu solicito. Como v. Ex.ª sabe, a reconstituição das vinhas destruídas pela filoxera está-se operando entre nós, como em França, pela plantação de porta-enxertos americanos, entre os quais o que parece convir mais à natureza do nosso solo é a espécie Riparia. Tem dado entrada em Portugal quantidades importantes destas e de outras cepas americanas, e o movimento está ainda no princípio. Como a replantação se está realizando intensivamente, tem havido grandes compras de cepas enraizadas, que são particularmente sensíveis à influência do meio atmosférico. Queixam-se os interessados da lentidão com que se efectua o despacho das referidas plantas (…)

Ficheiros

Citação

S/ autor, “QUESTÃO VINÍCOLA”. In O Jornal de Cantanhede, n.º 46, pág. 2, col. 1,2,3,4 , 04-05-1890 . Disponibilizado por: Pragas nos Periódicos, acedido 7 de Maio de 2024, http://www.fcsh.unl.pt/pragasnosperiodicos/items/show/255.

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