QUESTÃO VINÍCOLA

QUESTÃO VINÍCOLA

S/ autor

O Jornal de Cantanhede, n.º 42, pág. 1, col. 4, pág. 2, col. 1,2,3

06-04-1890

Pedro Barros

O estado de completa decadência em que vão todos os vinhedos deste concelho, e dos concelhos vizinhos demanda sérios cuidados de todos os viticultores, e do governo, seja este qual for. Orientai-os dos trabalhos feitos, e dos resultados obtidos nos países que primeiro sofreram a invasão da filoxera, parece-nos ser um dos deveres mais importantes da imprensa. Nesta convicção cremos fazer bom serviço ao público agrícola dando-lhe conhecimento do relatório que ao governo dirigiu, em data de 26 de Fevereiro último, o nosso cônsul em Bordéus sobre o comércio dos nossos vinhos ali, e sobre os resultados que os franceses têm obtido com a replantação dos seus vinhedos com a cepa americana. É importantíssimo o relatório; — não devem os nossos proprietários desprezar as indicações que nele se encontram. O vinho era a nossa principal fonte de receita. Não abandonemos a viticultura. Se as nossas cepas morrem, substituamo-las por outras que possam resistir ao terrível parasita. Não devemos desanimar. São sempre abençoados os sacrifícios que trazem a fartura para, a família. E a fartura é a alegria. Eis o relatório, que publicamos na parte mais importante, e que ainda assim muito sentimos não poder publicar nessa parte só no presente número. As dimensões do Jornal não o permitem.
1 «A importação de vinhos portugueses neste mercado tem diminuído consideravelmente nos últimos três anos, como consta da nota estatística transcrita adiante. (…)