AS VINHAS
Dublin Core
Título
AS VINHAS
Criador
S/autor
Fonte
Damião de Goes, 25º Ano, nº 1281, p. 1.
Data
17-07-1910
Colaborador
Leonardo Aboim Pires
Text Item Type Metadata
Text
Não são animadoras as notícias que temos recebido com respeito ao estado das vinhas neste concelho, principalmente nas freguesias do Norte.
O míldio e o oídio e outras doenças têm feito grandes estragos.
Algumas vinhas, que não foram enxofradas e sulfatadas a tempo, estão completamente perdidas, e outras muito danificadas.
Além das doenças que atacaram as vinhas, houve grande desavinho e o sol ardente de alguns dias também causou grandes estragos.
É portanto de supor que a colheita neste concelho não exceda a metade de uma colheita normal.
Devemos porém dizer que as vinhas convenientemente tratadas apresentam bom aspeto e devem dar uma produção regular.
Num ano, como este, em que a primavera foi bastante húmida, era de esperar que as doenças criptogâmicas se desenvolvessem com intensidade, o que devia ter posto de sobreaviso os viticultores para não faltarem com os tratamentos necessários.
Uns desanimados, por que os preços dos vinhos não podem remunerar as despesas da cultura; outros por falta de meios e não se quererem empenhar mais, pedindo dinheiro emprestado para o sulfato e o enxofre, e ainda outros com a esperança de que as vinhas não fossem atacadas das costumadas moléstias, deixaram de aplicar os devidos tratamentos nas épocas próprias. E daí um grande desastre, que poderia ter sido evitado, mas que já não tem remédio.
Segundo notícias de Torres Vedras, as vinhas daquele concelho apresentam pequena produção e sofreram fortes ataques de oídio e míldio, que muito as danificou. Houve já quem calculasse a produção num terço da do ano passado, o que talvez seja exagerar a desgraça.
Verdade seja que o Diário de Notícias dizia há dias que nalgumas regiões vinhateiras do centro e sul do país, as colheitas, em virtudes dos prejuízos sofridos nas vinhas, ficaram reduzidas num terço da sua produção normal, noutras metade e em muitas a menos de uma terça parte.
Não resta dúvida alguma de que, em todo o país, a colheita do vinho será muito inferior à do ano passado, o que decerto fará subir o preço dos vinhos.
Já que a colheita é pequena, ao menos que os viticultores sejam compensados com o aumento dos preços.
O míldio e o oídio e outras doenças têm feito grandes estragos.
Algumas vinhas, que não foram enxofradas e sulfatadas a tempo, estão completamente perdidas, e outras muito danificadas.
Além das doenças que atacaram as vinhas, houve grande desavinho e o sol ardente de alguns dias também causou grandes estragos.
É portanto de supor que a colheita neste concelho não exceda a metade de uma colheita normal.
Devemos porém dizer que as vinhas convenientemente tratadas apresentam bom aspeto e devem dar uma produção regular.
Num ano, como este, em que a primavera foi bastante húmida, era de esperar que as doenças criptogâmicas se desenvolvessem com intensidade, o que devia ter posto de sobreaviso os viticultores para não faltarem com os tratamentos necessários.
Uns desanimados, por que os preços dos vinhos não podem remunerar as despesas da cultura; outros por falta de meios e não se quererem empenhar mais, pedindo dinheiro emprestado para o sulfato e o enxofre, e ainda outros com a esperança de que as vinhas não fossem atacadas das costumadas moléstias, deixaram de aplicar os devidos tratamentos nas épocas próprias. E daí um grande desastre, que poderia ter sido evitado, mas que já não tem remédio.
Segundo notícias de Torres Vedras, as vinhas daquele concelho apresentam pequena produção e sofreram fortes ataques de oídio e míldio, que muito as danificou. Houve já quem calculasse a produção num terço da do ano passado, o que talvez seja exagerar a desgraça.
Verdade seja que o Diário de Notícias dizia há dias que nalgumas regiões vinhateiras do centro e sul do país, as colheitas, em virtudes dos prejuízos sofridos nas vinhas, ficaram reduzidas num terço da sua produção normal, noutras metade e em muitas a menos de uma terça parte.
Não resta dúvida alguma de que, em todo o país, a colheita do vinho será muito inferior à do ano passado, o que decerto fará subir o preço dos vinhos.
Já que a colheita é pequena, ao menos que os viticultores sejam compensados com o aumento dos preços.
Ficheiros
Colecção
Citação
S/autor, “AS VINHAS”. In Damião de Goes, 25º Ano, nº 1281, p. 1., 17-07-1910. Disponibilizado por: Pragas nos Periódicos, acedido 19 de Maio de 2024, http://www.fcsh.unl.pt/pragasnosperiodicos/items/show/1341.