Apresentação
ArTravel é uma plataforma digital de acesso livre
para disponibilização de ações/conteúdos desenvolvidos a partir do projeto
(Pós-Doc SFRH/BPD/107783/2015) financiado pela Fundação para a
Ciência e Tecnologia, e sediada na Faculdade
de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa.
Objetivo
O objetivo
principal é o de disponibilizar
informações e artigos originais de autores nacionais e estrangeiros na área da
Arte e da Viagem. A plataforma insere-se no
domínio da História da Arte Contemporânea mas a sua razão fundamenta-se numa
História que se desenvolve em paralelo com outros domínios do saber e que vão
desde a Cultura Visual à Ciência Política e à
História das Mentalidades, passando pela Artes Plásticas, Estudos Artísticos e
Pós-Colonais, e direciona-se a estudantes, docentes, investigadores e
profissionais que partilham interesses e preocupações nestas grandes áreas.
Projeto ArTravel. Viagem e Arte Colonial na Cultura Contemporânea
Esta
plataforma faz parte do projeto ArTravel.
Viagem e Arte Colonial na Cultura Contemporânea, investigação que parte
da necessidade de reflectir sobre o modo como a deslocação entre as ex-colónias
portuguesas e a metrópole inspirou a criação de uma arte que se implantou não
só no território nacional mas igualmente se estruturou
a partir das ex-províncias ultramarinas. Partindo da crescente visibilidade do
tema a nível internacional, e enquadrando-se o projeto numa matriz sedimentada
na História da Arte Contemporânea que tem em conta as especificidades da
cultura nacional, propõe-se refletir sobre a triangulação Viagem – Criação
Artística Colonial – Cultura Contemporânea, feita não só a partir do contexto
geo-político europeu mas igualmente de perspetivas de uma mundivência autoral
que permite a mudança de paradigma.
Pretende-se
assim desenhar o Grand Tour da arte
colonial repensando o desígnio da criação à luz de uma reflexão pós-moderna que
percorra o império nacional e o seu regresso ao cais da Europa. Numa ação inter
e multidisciplinar, tentar-se-á uma abordagem globalizante que permita
encontrar linhas tangenciais com os demais impérios coloniais que atravessaram
o século XX, integrando-os na moldura da arte contemporânea.
Frequentemente,
Portugal definiu-se a partir das colónias ultramarinas e quando se perdeu o
império perdeu-se uma certa identidade; daí que se procure repensar a produção
artística dos portugueses no mundo, determinando o seu lugar na sociedade
pós-colonial, privilegiando um olhar cruzado fundamentado a partir de uma
produção disseminada por diversos continentes (África, Ásia e América) e a
vários ritmos.
Centrando-se
na necessidade de criar um paralelo com a arte produzida por outros poderes
imperiais europeus, pretende-se articular uma investigação relacional, nacional
e internacional que contemple o exemplo colonial português em âmbito
transnacional. Tentar-se-á igualmente enquadrar e compreender a criação
artística colonial na ida e volta ultramarina, ou seja, tenciona-se pensar e
confrontar o périplo da arte d´aquém e d´além-mar. Isso significa que a análise
se centrará a partir da relação centro/periferia, arte colonial/arte indígena e
da circulação entre ambas, destacando-se a imagem que cada uma produziu em
relação à outra. É que o primeiro e último império colonial europeu promoveu
uma permuta cultural-artístico entre as possessões ultramarinas e a metrópole
que provocou diálogos e confrontos que demonstram quão híbrida e profícua essa
relação pôde ser, desenvolvendo-se em espelhos antonímicos onde cada uma delas
precisou da outra para se definir.
O
que distingue a abordagem proposta é o facto de se propor interligar os discursos
artísticos à luz do transnacionalismo do mundo global quer em relação à arte
produzida em contexto colonial quer no que diz respeito às suas influências na
cultura metropolitana e indígena.
Por
outro lado, o papel de Portugal como primeiro império à escala global constitui
uma base sólida e uma mais-valia que justifica um repensar à luz do novo
milénio.
O projecto tem igualmente a intenção de correlacionar saberes com outros
centros de investigação estrangeiros de modo a promover o debate académico e
assim contribuir para a contextualização e difusão da arte portuguesa no mundo,
abrindo novas perspectivas e ajudando a desenhar o fragmentário mosaico
contemporâneo pós-colonial.
A investigação está a ser realizada no Centro
de História de Além-Mar (CHAM) da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas,
Universidade Nova de Lisboa e Universidade dos Açores.
Orientador: Rogério Miguel Puga
Missão
A
plataforma tem como missão a partilha de conhecimento e competências obtidas a
partir de uma investigação científica e aplicada em temas consubstanciados na
Arte e na Viagem, aproximando gradualmente a comunidade de investigadores
dessas áreas. Procurar-se-á igualmente destacar a produção
resultante das ações científicas levadas a cabo dentro do projeto, visando
divulgar e promover o debate multidisciplinar e transversal da sociedade
global, reforçando o papel da Academia enquanto
agente social de afirmação de serviço público.
Periodicidade
A plataforma
terá uma atualização permanente e estrutura-se a partir de dois vetores
principais:
1.
As ações inseridas no contexto do projeto e que visam
não só a comunidade científica como o público em geral;
2.
Uma chamada para artigos (colóquios bienais) em
MAIO/JUNHO de 2016, de 2018 e de 2020, sendo a publicação das respetivas comunicações aceites consumada em
formato digital de forma a atingir uma distribuição mundial e gratuita.
Idiomas
O âmbito internacional e multicultural do projeto permitirá a
publicação de artigos em português, inglês, francês, castelhano (ou bilingues),
aceitando-se artigos de autores que visem o contributo para uma discussão
pertinente e útil ao desenvolvimento do pensamento sobre a cultura viática na
sua relação com a produção artística em contexto colonial.